1 de setembro de 2010
Entre flores e sabiás
23 de agosto de 2010
24 de julho de 2010
Oportunidade: Roca
Quando confirmei com o Dr. Nuno Rodrigues no dia 24 de Março que a Roca em Leiria estaria de portas abertas para que eu realizasse o estágio com a equipa de Recursos Humanos, não consegui me sentir motivada a participar do processo de selecção de outras empresas. Sentia que aquela oportunidade representaria um desafio enorme na minha vida profissional por diversos motivos (apesar de só ter descobrido a maioria deles agora, depois de concluir esta experiência).
Primeiramente pela própria actividade proposta: avaliar o modelo de gestão adoptado pela Empresa exigiria (e decididamente exigiu!) que eu compreendesse a cultura da Roca em pouco tempo. Todo o processo que envolveu realizar as entrevistas: conhecer a organização funcional, entrar em contato por e-mail e/ou telefone e, finalmente, conduzir 46 entrevistas pessoalmente, que variaram de 20 minutos a 1 hora de duração por pessoa, me fizeram conhecer a forma de funcionamento, os estilos de liderança, os principais meios de comunicação e interacção adoptados pelos colaboradores da Roca em questão de dias. Sem sombra de dúvida, o espaço de fala proporcionado pela entrevista nos permite entrar em contacto não apenas com um turbilhão de palavras, mas de percepções, sentimentos, dificuldades e desejos daquele conjunto de trabalhadores.
Além disso, o facto de a Roca ser uma empresa do sector industrial me atraía muito. É difícil reconhecer que há trabalhos que exigem força física, que são monótonos e repetitivos mas que precisam ser feitos (pelo menos a curto e médio prazos porque eu sozinha não seria capaz de mudar toda a organização e funcionamento da Empresa sem a abertura da alta administração). As máquinas e os robôs ajudam muito, mas não substituem o olhar e acção humanos. A precisão e experiência são essenciais para a realização de certas tarefas e estas são características que só o ser humano possui.
Mas então, como melhorar o ambiente de trabalho e fazer com que aquela tarefa braçal respeite as limitações humanas, não leve ao adoecimento (fisicamente ou mentalmente) e mais: proporcione saúde, prazer e bem-estar ao trabalhador? Esta era uma reflexão que eu fazia todos os dias que entrava na Roca. E a simples conclusão ao qual chego até o momento é a seguinte: além de todos os esforços para melhorar as condições de trabalho e para reconhecer o trabalhador por meio de um bom salário, de formação, e de oportunidades de crescimento e desenvolvimento na Empresa, é preciso tratá-lo como ser humano. Por mais óbvio que pareça dizer isso, infelizmente, quando o foco é o lucro, os processos e a produção, as máquinas pareciam receber mais atenção que as pessoas pelos engenheiros e administradores. E creio que isso ainda aconteça até hoje porque há pessoas com formação sem educação que quando sobem níveis hierárquicos em qualquer circunstância se esquecem do significado da humildade e da sensibilidade.
No meio daquele ruído ensurdecedor, daquelas máquinas, manipuladores e robôs, é preciso fazer notar a presença dos seres humanos que ali trabalham. É simplesmente dar-lhes um “bom dia” e desejar uma “boa tarde”, chamá-lo pelo nome e não pelo número, escutar os comentários que eles têm a fazer, as sugestões que eles têm a dar (e colocá-las em prática, se for viável), é preciso elogiá-los quando o trabalho é bem feito e explicar construtivamente quando precisa ser melhorado.
O terceiro motivo que fez desta oportunidade um grande desafio pra mim esteve relacionado a morar em Leiria, uma cidade onde apenas eu dentre os meus colegas de curso iria morar e onde não conhecia ninguém quando aqui cheguei. Apesar das dificuldades nas primeiras semanas, a tranquila Leiria se mostrou o local ideal para trabalhar. No entanto, se a sua vida cultural deixava a desejar aos meus padrões, por outro lado foi muito bom porque passei a viajar mais, a descobrir outras cidades portuguesas aqui por perto.
Esse contacto com a cultura portuguesa foi enaltecido pela convivência com os portugueses e portuguesas na Roca. Sempre que redigia um texto, um dos integrantes da equipa de RH relia-o por completo para verificar se existia alguma palavra ou expressão “à brasileira” que precisava ser alterada. E esta medida constante me lembrava diariamente das nossas diferenças.
A relação profissional (em comparação com a acadêmica) faz com que a gente mantenha uma distância maior com o outro, discuta menos essas diferenças ao observá-las e eu sentia que precisava fazer esse treino diariamente. Na execução do trabalho e nas conversas na hora do almoço, observava ideias e opiniões muito semelhantes às minhas, mas também ouvia histórias que confirmavam valores, crenças e estilos de vida muito divergentes dos meus.
Ademais, não podia esquecer dos pontos fracos e fortes do meu papel como estagiária. Um dos pontos fracos de estar ali de passagem é compreender que nem sempre a minha opinião merecia atenção. Mas estar de passagem também trouxe a mais-valia de poder realizar com sucesso a actividade que me foi proposta: avaliar várias dimensões do modelo de gestão que eles adoptam e apresentar críticas, se for necessário. Depois de apresentar os resultados aos colaboradores, no dia 13 de Julho em duas reuniões a quase 80 pessoas, muitos deles vieram comentar comigo que foi muito bom escutar a apreciação de alguém de fora sobre o que eles já sabiam e sentiam – mas que por trabalharem na empresa nunca seriam capazes de torná-las explícitas.
E a brasileira que veio de fora e de longe, que já passou e já está de saída pôde expressar os ganhos que a Gestão de Qualidade Total adotada pela Roca em Leiria desde 2002 trouxe até hoje e ainda pode trazer para as pessoas que estão ali dentro há 2, 5, 10, 20, 30 anos e que ainda estarão por longos anos. Finalizei no dia 16 de Julho mais uma experiência marcante deste Mestrado. E eu espero que a minha passagem pela Roca tenha sido tão rica pra Empresa como a passagem da Roca na minha vida foi pra mim.
22 de junho de 2010
Sou mestre. E agora?
Agradecimentos
“Every exit is an entrance to somewhere else”
Tom Stoppard
O fim de uma carreira simboliza o início de uma nova etapa na vida daqueles que se aposentam. A conclusão desta dissertação de mestrado representa a minha entrada na vida acadêmica e profissional. Interessada pela vivência e estudo dos ciclos que todos nós enfrentamos ao longo da vida, finalizo este trabalho muito grata a todos aqueles que foram essenciais para a construção de uma investigação preliminar a respeito de um tema socialmente importante, complexo e que me despertou enorme interesse.
À Dra. Margarida Pedroso Lima, por ter aceito o desafio de orientar uma dissertação de uma aluna desconhecida sobre um tema que eu desconhecia. Começamos do zero e aprendemos muito juntas. Agradeço pelas lições sobre metodologia de pesquisa, qualidade de vida no trabalho e cuidado aos idosos. Mas especialmente, agradeço-te, Margarida, por ter me ensinado a me cobrar menos, me valorizar mais e a acreditar no meu trabalho.
À Dra. Concha Menéndez Montañes, pela orientação e suporte durante o período da mobilidade em Barcelona. Sou muito grata pelos ensinamentos sobre envelhecimento bem-sucedido, revisão sistemática da literatura e intervenção em psicologia do trabalho. A mensagem final desta dissertação é um belo poema que você me apresentou.
Aos Professores da Universidade de Coimbra e da Universidade de Barcelona, pelo acolhimento e pelos memoráveis momentos de aprendizado em sala e fora dela.
À Dra. Alice Oliveira, uma profissional eficiente e alegre, uma peça-chave para que tudo que acontece no Núcleo de Estudo e Formação em Gestão (NEFOG) dê certo.
Ao professor da Universidade Católica do Porto, Dr. António Fonseca, que disponibilizou o Inventário de Satisfação com a Reforma validado para a cultura portuguesa e que foi extremamente solícito durante todos os momentos que o procurei.
A toda equipa do Departamento de Recursos Humanos da Empresa onde os dados foram coletados, em especial ao seu Diretor, que abriu as portas para que eu pudesse realizar o estudo e se empenhou para que os procedimentos fossem realizados da melhor forma.
Aos Professores da Universidade de Brasília que mais contribuíram para que eu trilhasse meu caminho em direção ao sonho de um dia ser professora: Doutor Jairo Eduardo Borges-Andrade, Doutora Kátia Puente-Palacios e Doutor Mário César Ferreira. Pela forma como ensinam, participam como docentes Universitários e incentivam o crescimento dos seus alunos, eles se tornaram meus reais exemplos do que significa ser um bom Mestre.
Novamente à Doutora Kátia Elizabeth Puente-Palacios especialmente pelo auxílio com a análise dos dados deste estudo. Ela me mostrou que a estatística pode ser divertida, mas que é natural errar muitas vezes para passar a vê-la desta forma. Kátia, obrigada também pelo acolhimento em Valência e pelo constante apoio virtual, sempre tão real.
Às pesquisadoras sobre aposentadoria e planejamento de carreira, Dra. Nuria Tordera da Universidade de Valência e Dra. Lucia França da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), professoras que encontrei durante a busca de artigos para a construção da revisão da literatura desta dissertação e que gentilmente enviaram publicações e se mostraram interessadas pela minha pesquisa.
À Dra. Teresa Sousa Machado e à Dra. Isabel Albuquerque, por aceitarem o convite como arguentes deste trabalho e contribuirem para a sua melhoria.
Àqueles que cruzaram meu caminho ao longo desses dois anos e se tornaram mais próximos. Pessoas com quem pude compartilhar momentos inesquecíveis em Coimbra, Leiria e Barcelona: Tânia Fachada, Filipa Rodrigues, Francisco Páez, Leonardo Santos, Eduardo Vital, Pedro Monteiro, Ana Teresa Fernandes, Ana Catarina Sá, Torgeir Halland, Natália Zuluaga, Liça Gilbert, Diana Moreno, Juliana Pantoja, Germana Queiroz, Yulimar Salazar, Cristina González, Laura Núñez, Sara Campo, José Martínez, Rosane Kist, Hilda Costa, Ekta Menghrajani, Sarvesh Dosooye e Sérgio Maria.
Ao fantástico quarteto de mulheres, Carine França, Sabrina Romero, Talita Pires e Juliana Duque. Mais que amigas, elas foram minha família durante estes dois anos. As conversas mais gostosas, os medos mais incômodos, as risadas mais altas, as quedas mais duras eu vivi e compartilhei com elas. Em Portugal ou na Espanha, no Brasil ou na Colômbia, sei que estaremos em contato. Esta é uma das poucas certezas que eu levo comigo agora.
Às minhas amigas e amigos de ontem e de hoje, pessoas que amo muito e que acompanharam vários ciclos da minha vida, inclusive este, mesmo à distância: Juliana Magalhães, Ester Carvalho, Érika Flenik, Rafaela Seidl, Luna Seidl, Hyrla Oliveira, Ana Luiza Alvim, Fernanda Carvalho, Taciana Meirelles, Fernanda Prazeres, Larissa Tomasi, Vanessa Brixi, Lílian Bertoldi, Rafaella Andrade, Fernanda Vieira, Rafael Dutra, Jana Koosah, Júlia Lagos, Nathália Oliveira, Ângela Ferreira, Rosemary Wargas, Liana Medeiros, Rosane Violin, Natasha Duarte, Maria Fernanda Briceño, Rodrigo Ferreira e todos do querido Grupo Cultura. Pra onde quer eu vá, levo vocês…
Ao meu solidário amigo Axell Nascimento que me ajudou com a busca de artigos científicos para a construção deste trabalho. Amigo, obrigada pelo suporte informacional e emocional, já que você também acompanhou meus altos e baixos muitas vezes nestes dois anos.
Aos meus avôs e avós (in memoriam), tios e tias, primos e primas das famílias Fleury Seidl e Fernandes de Oliveira que apóiam as minhas decisões, vibram com as minhas vitórias e me encorajam a seguir em frente. Não vejo a hora de encontrá-los, abraçá-los e comemorarmos juntos mais esta alegria.
Ao meu guerreiro e carinhoso pai, Arlindo Fernandes de Oliveira, com quem aprendi a ser ativa como filha, aluna, mulher, cidadã. A lutar por um mundo mais justo por meio das mais pequenas ações e a disfrutar os sabores da vida com muita vontade e humildade também. Pai, como sempre, sua generosidade e amor permitiram que eu alcançasse mais esse sonho.
À minha mãe, amiga e professora, Eliane Maria Fleury Seidl, que me despertou o amor pela psicologia, pelo ensino e pela pesquisa. Ela me encoraja a aprender sem ter medo de errar, a amar sem ter medo de sofrer. Momis, sua independência, otimismo e energia me impulsionam a me dedicar a tudo o que eu faço e a valorizar o lado positivo de cada experiência vivida.
Com todo meu amor,
pai, mãe, este trabalho é dedicado a vocês.
E a todos, um sincero muito obrigada!
10 de junho de 2010
Maria, João e Pessoa
15 de maio de 2010
Novidades básicas
12 de março de 2010
Mistura na Winter
A Winter School (WS) representa o que há de diferente deste mestrado. Todo o mestrado tem disciplinas, tem dissertação pra escrever e tem estágio – seja ele académico, como lecionar uma disciplina (como acontece na UnB e acredito que em quase todas as Universidades brasileiras) ou prático, como trabalhar numa organização (como acontece no mestrado Erasmus Mundus). Nos mestrados Erasmus Mundus ainda temos a vantagem de conhecer pessoas que vieram dos mais variados cantos do planeta (mais do lado Ocidental, na verdade…). A WS é o momento onde todos os alunos europeus e não europeus (na nossa edição somos 34) espalhados entre as 5 Universidade do Latin cluster europeu (Coimbra, Barcelona, Valência, Bologna e Paris V) se misturam.
É como se bacalhau à bras, paella, risoto, cassoulet, feijoada, ajiaco e guacamole fossem servidos na mesma mesa. E todos tivessem que provar um pouquinho. Agora imagine se além de tudo isso viesse um rib steak pra arrematar o jantar? Pois é, se não bastasse todo mix de gente que faz parte do programa, o WOP-P sempre tenta se associar a alguma Universidade de fora do European latin cluster para apimentar a mistura. Neste ano, a San José State University presenteou a nossa WS com mais 8 alunos ao grupo de 34: totalizando 42 mestrandos. Quando decidi promover uma enquete para averiguar quantos desses 8 estudantes nasceram nas terras do tio Sam, descobri que seis alunos que moram e vieram representar o país liderado pelo aclamado e criticado Obama nasceram na India, Paquistão, México, Portugal e por aí vai… E dos 42 alunos que participaram da WS 2010, a minha enquete identificou 12 nacionalidades diferentes. Definitavemente a WS concretiza um dos aspectos que me fez sonhar sair do Brasil: conviver com a diversidade!
Em cada ano, a WS acontece numa cidade diferente do consórcio. Já foi em Bertinoro (representando Bologna), em Barcelona no ano passado e esse ano foi em… Coíiimbra! Quando eu soube que ela seria realizada aqui, minha primeira manifestaçaõ foi: “Ah não, que azar! Queria que fossem em Paris ou em Valência, pra poder conhecer melhor as cidades e as Universidades daquelas cidades onde passei, mas não estudei…” No meu discurso e imaginário daquele tempo não fui capaz de me dar conta de que aqui posso ser anfitriã. Talvez porque há muitos portugueses na turma e é claro que eu não conheço Coimbra tão bem quando eles (ó pá, longe de mim!) Mas a verdade é que uma mistura enorme de bons sentimentos me tomou conta quando me vi apresentando a Universidade de Coimbra, guiando até as cantinas, sugerindo um bom café, contando histórias que vivi naquelas ladeiras, mostrando minha nova morada! Emoção foi o tempero que dominou minha experiência ao apresentar essa doce cidade portuguesa a norte-americanos, franceses, espanhóis... Especialmente porque havia acabado de colocar os pés na cidade e a mão na massa. Todos sabem que fiquei em Barcelona até o último minuto. Cheguei em Coimbra um dia antes de começar a WS apenas pra ter tempo de desfazer as malas e comprar o café da manhã do dia seguinte. Ainda de ressaca das claras e cavas, minha chegada em Coimbra quase um ano depois tem sido uma boa pedida…
Os 42 alunos foram divididos em grupos de 4, 5 alunos que deveriam realizar uma infinidade de trabalhos relacionados a Psicologia dos Recursos Humanos. O meu grupo foi composto de duas brasileiras (eu e mais uma colega de Fortaleza que estuda em Valência), um africano (Ilha Maurício) que estuda em Paris e uma indiana que mora nos EUA desde os 15 anos e se considera tão estadunidense como indiana. Por respeito a eles não escreverei aqui sobre suas qualidades, o que fazem, como vivem. Mas deixo apenas uma pitada de idéia: é muito intrigante conviver com pessoas com trajetórias de vida tão divergentes da sua...

A Winter é composta por uma fase virtual e outra presencial. De novembro do ano passado a fevereiro desse ano trabalhamos virtualmente. Email, Skype e Gtalk foram nossas ferramentas de comunicação. E tínhamos que nos adaptar não apenas aos compromissos e rotinas de cada um, mas ao fuso que separa Espanha, França e EUA. A nossa empolgação do primeiro dia que nos vimos ao vivo em Coimbra foi inesquecível. E juntos tivemos duas semanas intensas de trabalho para terminar todos os projetos solicitados. Como na vida real de toda e qualquer organização, tive a oportunidade de trabalhar numa equipe que eu não escolhi, cujos membros nunca havia visto e que não sei quando os verei novamente.
Níveis de inglês diferenciados, sotaques também. Juntando isso ao fato de que a tecnologia nem sempre está a nosso favor, as nossas primeiras conversas via Skype tinham mais: "- Can you repeat, please? I can't listen to you!" do que conteúdo. Formas de trabalhar distintas, culturas também. Agir e cumprir prazos respeitando tudo isso. Eficiência, efetividade e eficácia começam a ter outro significado quando a equipe é diversa. Tem gente que enche o power point de texto, tem gente que quer que apenas tópicos e figuras. Alguns preferem entrar num consenso antes de começar a produzir, outros começam a produzir sem nem perguntar se um dos membros concorda. Alguns acham que fazer o que professor pede é mais que suficiente, outros querem ir além, muito mais além. Eu posso trabalhar de madrugada, tem gente que não. Eu não perco a hora do almoço e do jantar pra trabalhar, tem gente que sim.
No final, a conclusão a qual cheguei é que manter a boa relação entre os membros do grupo representa o tempero mais importante para tornar essa mistura fina. Por conversas que tive com outros colegas, observamos que são poucos os que estão dispostos a ceder para manter as boas relações entre os colegas. E mais, sabemos que a diversidade gera conflito naturalmente e que para a resolução de problemas complexos esses conflitos são enriquecedores porque fomentam a criatividade e a inovação. Mas eu ainda defendo que o segredo da receita para chegar ao fim com trabalhos entregues e uma rede de contatos marcada por respeito e confiança, todos necessitam ceder alguma vez para que o jeito e as opniões de cada um sejam consideradas pelo menos algumas vezes para que todos percebam que agregaram seu toque pessoal ao prato principal.
Dessa experiência, espero levar para minha prática profissional muito conhecimento sobre ética e justiça no trabalho, promoção da diversidade nas equipes, gestão de conflitos e liderança carismática e transformacional. Da vivência com toda essa mistura de gente, jeito, cultura e cor, me sinto hoje mais brasileira, mais apaixonada e saudosa pela minha terra, música, povo e calor. Mas sigo sonhando por um mundo onde a diversidade não seja vista apenas como um fato, como resultado da globalização, mas como fruto dela e que impulsiona a geração de novas idéias, a valoração do ser e agir diferente e a construção de vínculos, laços e relações cheios de sabor.