16 de abril de 2009

Viviendo todos los instantes

Manhã de terça-feira, estava eu sentada no chão do gabinete da minha orientadora entre un monton de artigos, livros, anais de Congressos, dissertações e teses buscando mais referências para enriquecer a minha revisão da literatura. Até que me surge uma literatura que me encanta!

Instantes (Nadine Stair)

Si pudiera vivir nuevamente mi vida,
En la próxima trataría de cometer más errores.
No intentaría ser tan perfecto, me relajaría más.
Sería más tonto de lo que he sido, de hecho
tomaría muy pocas cosas con seriedad.
Sería menos higiénico.
Correría más riesgos, haría más viajes, contemplaría
más atardeceres, subiría más montañas, nadaría más ríos.

Iría a más lugares adonde nunca he ido, comería
más helados y menos habas, tendría más problemas reales y menos imaginarios.
Yo fui una de esas personas que vivió sensata y prolíficamente
cada minuto de su vida; claro que tuve momentos de alegría.
Pero si pudiera volver atrás trataría de tener solamente buenos momentos.
Por si no lo saben, de eso está hecha la vida, sólo de momentos;
no te pierdas el ahora.

Yo era uno de esos que nunca iban a ninguna parte sin termómetro,
una bolsa de agua caliente, un paraguas y un paracaídas;
Si pudiera volver a vivir, viajaría más liviano.
Si pudiera volver a vivir comenzaría a andar descalzo a principios
de la primavera y seguiría así hasta concluir el otoño.
Daría más vueltas en calesita, contemplaría más amaneceres
y jugaría con más niños, si tuviera otra vez la vida por delante.
Pero ya tengo 85 años y sé que me estoy muriendo.

Decidi que o poema entra na minha dissertação, só que entre os capítulos. Para contrapor os textos escritos com tamanha racionalidade, para levar um pouco de emoção ao meu futuro leitor e para expressar o quanto a iniciante pesquisadora tem aprendido e posto em prática ao ler sobre o processo de envelhecer...

7 de abril de 2009

Feijoada completa

Eu estava esperando passar os meus 24 anos em Barcelona. Mas pra passagem ser completa, tinha que ter feijoada, sol à vista, caipirinha, muito samba e pessoas especiais. Ah mas só? Era um sonho, neles entram tudo, fazer o quê? Entra a cidade nova e os prazeres antigos, não dá pra ser? Bem, na época mesmo não deu não. O Edu, meu amigo português do master, desde já, quando comecei a perguntar sobre casas de samba em Barcelona, me advertiu: “- Ô Ju, mas você acha que a francesa, a canadense e a nossa colega da Moldávia vão gostar de ir pra um samba???” Tá bem, Edu, sei que você odeia samba e concordo contigo que é bom pensar nos convidados quando a heterogeneidade é significativa e muito bem-vinda. No final, o que importa é que comemorei duplamente e estive em contato com as pessoas mais especiais de muito e de pouco tempo.

Até que, quando eu menos esperava, na semana em que uma almejada viagem havia sido cancelada - por razões não muito bem divulgadas, é verdade - minha amiga brasileira Sabrina me disse que iria rolar feijoada com samba e caipirinha na casa dela no final-de-semana!!! Já me prontifiquei a ajudar no preparo mas a Sá disse: “Ju, fica tranquila que no sábado a gente toma conta do samba. Quem vai pra cozinha dessa vez é o Mateus!”

Um pouco atrasadas devido a troca de chaves das visitas que tinha em casa, Liça e eu chegamos por volta das 16h no evento. Espanha, Brasil, França, Canadá e Venezuela representavam a amostra daquela turma que tomava cerveja e conversava sobre esterótipos, papo típico quando a turma é internacional. Depois que passamos pra caipirinha o tema mudou eu não me lembro bem porquê. O assunto da vez era grafologia. Um espanhol amigo do Mateus tinha feito um curso nessa área e começou a explicar que as pessoas que escrevem ocupando mais a parte superior das linhas são mais sonhadoras, vivem no mundo da lua e mais planejam do que concretizam. Já aquelas que dão mais peso às letras abaixo das linhas são tão proativas que mal sabem o que é esperar. Existem ainda os mais comedidos, que encontram um equilíbrio, e ainda aqueles que exageram tanto nas letras acima quanto naquelas abaixo da linha. Eu fiquei discreta, rindo baixinho porque tenho um blog de sonhadora mas as pernas dos meus “J”s e“G”s costumam alcançar 2 ou até 3 linhas láaaa de baixo… Será que isso quer dizer mesmo alguma coisa?

A conversa ao longo daquela deliciosa tarde de sábado me fez lembrar não apenas de Feijoada completa. Chico, desculpe, eu sei que estava a criticar a forma passiva como aquele pedreiro levava a vida e eu também discordo, lembra do meu primeiro post do ano? Mas é que a menina das letras de longas pernas não quer fazer planos nem a curto nem a longo prazo. A cidade escandalosa que não pára tem me ensinado tanto a esperar... E eu ando penseira como nunca... Não sei se é por causa da saudade de esperar o sol, o trem, o carnaval ou o mês que vem...

O convite a feijux foram preparados pelo Mateus. Ambos ficaram ótimos!