30 de junho de 2009

Valencia con cariño

Fundada por los romanos a orillas del Turia, Valencia exige una visita a fondo. Esta cuidad puramente mediterránea es hospitalaria, abierta, vitalista y dinámica. Conserva un importantísimo patrimonio histórico-artístico y posee igualmente un amplio calendario de fiestas. Pero Valencia apuesta firmemente por su futuro, como lo demuestra la pujanza de su puerto, la modernización de su urbanismo y la vanguardista ciudad de las Artes y las Ciencias.
Situada al sudeste de Valencia, la ciudad de las Artes y las Ciencias es un espacio abierto a la cultura, el ocio y la divulgación científica. De diseño ultramoderno, rozando a futurista, el gran parque que ha situado a la capital levantina en el centro de todas las vanguardias arquitectónicas estás compuesto por cuatro edificios: el Museo de las Ciencias Principe Felipe, L'Hemisféric, el Palau de les Arts, el Palau de les Arts y L'Oceonagrafic y L'Umbracle (vide España de punta a punta - guia que eu peguei emprestado na biblioteca de Gracia).

Desde que eu li no site do Erasmus que a Universidade de Valência era uma das Universidades conveniadas, fiquei a me perguntar: mas o quê que essa cidade tem? Como muitos sonham morar em Paris ou Barcelona, imagino que muita gente não solicitou Valência como uma das cidades pra morar simplesmente porque não sabe responder a essa pergunta. E apesar da minha visita ter sido apenas de sexta a domingo, com muitas análises estatísticas no meio, eu não vi quase nada da cidade, mas do que eu pude reparar, fiquei encantada. A cidade não tem muita gente. E notar isso representa um aspecto muito positivo pra mim hoje. Iniciando meu quarto mês em Barcelona, posso afirmar que morar em uma cidade que ferve de gente é ótimo! Mas cansa. Ademais, Valência tem a parte antiga da cidade preservada e uma parte moderna repleta de azul e verde, crianças brincando e famílias praticando esportes. As obras do arquiteto Santiago Calatrava são de cair o queixo (vide foto ali em cima). Museu, oceanário e cinema em 3D para crianças e adultos são algumas das atrações que elas acolhem. Além do que, Valência é muuuuito mais barata que Barcelona. Olha, em poucas palavras: eu me vi morando nessa cidade.

Como diz o meu amigo ensolarado, a sorte acontece quando a oportunidade se une ao preparo Dessa vez, minha sorte de conhecer Valência se uniu a oportunidade que a minha professora e amiga, Kátia Puente-Palacios, me fez (me enviou um e-mail qndo leu meu post "Luto" e me fez o convite para que eu a visitasse, não é um amor de pessoa? =) ao despreparo com as análises estatísticas da minha dissertação de mestrado. Não que elas sejam difíceis, mas eu realmente precisava de mais segurança pra terminar essas benditas. Além do que, um colo sempre cai bem vai... ;)

Kátia, foi tão bom rever você! Conversar, me abrir, chorar, sorrir. Foi ótimo reaprender algumas coisas - porque com exceção prato de camarão e salmão, as demais você já me tinha me ensinado. E foi especialmente maravilhoso conhecer outra Kátia, além da excelente professora que explica estatística brincando: uma mulher prática e ao mesmo tempo cuidadosa, com a casa, com o marido, comigo! É em mulheres como você que eu me inspiro para alcançar meus sonhos.

Kátia e eu: atualizamos as novas enquanto admirávamos as obras do Calatrava! =)

22 de junho de 2009

Barcelona hasta 2010!

"Temos rotas a seguir
podemos ir daqui pro mundo
mas quero ficar porque
quero mergulhar mais fundo.
Foi o seu olhar
o que me encantou
Quero um pouco mais
desse seu amor" (Seu olhar, Seu Jorge)

Teoricamente, o período na Universidade de acolhimento dura um semestre. Logo, os 34 alunos europeus e não europeus que estiveram morando e estudando em outra cidade do consórcio, voltam para aquela onde começaram os estudos. No meu caso, voltaria a Coimbra. Mas, como Sabrina e eu concordamaos que esses meses não pareciam ser tempo suficiente para olhar e reparar todos os detalhes que ella, Barcelona, tem para esbanjar; e como brasileiro sabe que não custa nada tentar, decidimos solicitar expansão do período de mobilidade.

No segundo semestre de 2010, nem todos vão voltar para suas cidades de origem. Hoje, no dia em que oficialmente recebemos o diploma com as disciplinas que cursamos com os professores convidados aqui na UB este semestre (mesmo sabendo que temos aulas e trabalhos pra entregar até o dia 06 de julho), Sabrina e eu também recebemos a boa notícia: teremos mais um semestre para mergulhar mais fundo na cidade escandalosa. Isso significa que semestre que vem teremos aulas e trabalhos pra fazer em espanhol (e não mais em inglês), significa conhecer mais e melhor ares, sabores e costumes espanhóis e significa também aprofundar aquelas relações que mal começamos...

Queria poder escrever mais sobre todo o processo, os sentimentos que me acompanharam ao pensar no aceite e na rejeição, as conversas de corredor, as torcidas, as discussões e as lágrimas que vieram antes, durante e depois. Mas, meu relógio marca meia-noite e dozenove e amanhã tenho que estar pronta para fazer uma apresentação às 10h da manhã, a qual ainda não se encontra pronta! Só que não podia deixar esse post pra depois porque apesar do sono, do cansaço e das obrigações, eu adoro dividir meus sonhos alcançados com vocês.

Antes de ir, compartilho uma foto que tirei agora há pouco com a coordenadora administrativa do Erasmus na UB, Rocio Meneses, que deu todos os toques para mim e para Sá do que deveríamos fazer para conseguir:
- Rocio, creo que te voy dar las gracias por un largo tiempo...

15 de junho de 2009

Manos de Topo

Já que quem canta, seus males espanta... música pra animar, vale?! =)

No final de semana passado fui assitir a banda Manos de Topo cujo baterista chama-se Rafael de los Arcos. Este show contou com a participação especial da violonista Sara Pérez. Então, eu não podia perder né? Fui prestigiar o casal de galegos da cidade de Vigo con quién comparto el piso (além da querida Nat, que vocês já conhecem). Então, não deixem de conferir as fotos do show que aconteceu em uma super casa de espetáculos em Barcelona: L'Auditori. Claro que de longe, com uma máquina fajuta (porque minha antiga quebrou e comprei uma baratinha) e uma fotógrafa que só tem vontade de ser boa um dia, as fotos não ficaram boas. Mas, para não ser viagem perdida, também coloquei as fotos do gato guapíssssimo que adora me fazer companhia quando estou estudando. ;)

Sobre a banda do Rafa, teve um dia que cheguei em casa e a Nat e a Sara estavam na sala lendo o jornal juntas, concentradas. Claro que eu fiquei curiosa e perguntei, "k se pasa, chicas? k están leyendo aíii?" (sintam meu tom coloquial já adicionada até a forma de escrever! jajajaja =) E a Sara me contou que a banda do Rafa tinha saído na capa da sessão cultura do jornal El Mundo descrita como uma das novas tendências da música pop espanhola. Esses dias eles também saíram no jornal Público. Ou seja, não é por nada não, mas aqui em Barcelona, Manos de Topo é uma big band! E o sucesso está só começando... eles acabaram de lançar o segundo CD, que se chama: El primero era mejor. A banda é mesmo muito boa, as letras falam de desilusión amorosa num tom de brincadeira, o mejor, de broma. E, o que no início pode soar estranho ou até... desagradável, torna-se o diferencial da banda: a voz do vocalista. Achei que não iria me acostumar, mas agora que virei fã da banda... tô curtindo os clips! =D Aliás, confiram os excelentes clips de El Cartero y Es feo.

Aguardo comentários, ok? =)

8 de junho de 2009

Luto

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre?
Sem saber, que o pra sempre sempre acaba..."

Depois de um final de maio tão bom, junho chega pra machucar, pra ensinar e pra ficar na história. Já tinha um tempo que eu estava pensando em escrever sobre outra Juliana: aquela que sofre, que perde, que tem medo; e sobre outra Barcelona: aquela que fede, que transborda de gente, que dá medo. Ainda não esqueci deste post, mas devido ao que aconteceu nos últimos dias, outro, tão triste quanto, teve que ocupar o seu lugar.

No primeiro dia do mês de junho, soube que a minha xará, cantora, 29 anos, que estava de férias em Brasília com a família, e que é irmã de um amigo do segundo grau (Luís), estava no vôo 447 da Air France, em direção a Alemanha. De fato, há muito tempo não conversava com ele, mas tenho muitas lembranças das conversas que tivemos no ônibus de volta pra casa, bem como memórias dele falando sobre ela: "Você vai se amarrar nas músicas da minha irmã, Juu!!!" E eu me lembro quando comprei o primeiro cd... Neste dia, foi difícil me concentrar, foi difícil dormir, foi difícil saber o que fazer.

Então, na terça, depois do almoço, ainda pra baixo, aproveitei pra checar meu e-mail antigo, aquele que a gente esquece de abrir e havia uma curta mensagem de um amigo que se lembrou de me comunicar: "Bruno Buckvic cumpriu sua missão neste planeta. Abriu o coração de todos a sua volta antes de partir... Que esse amor vibre e transborde dentro de nós! Obrigado, Bruno!" Apesar de otimista, a mensagem me deixou mais perdida, mais triste, mais impotente e com muita vontade de estar perto daqueles que eu sabia que estavam precisando de um forte abraço. Apesar de também não ter tido muito contato com o Bruno após o segundo grau, são muitas as memórias que guardo das conversas com o Mindu (irmão da Ju) e com o Bibi , que "voltavam comigo pra casa" quase todos os dias.

Como todas as decisões que enfrentamos ao longo da vida, decidir viver longe da família e dos amigos traz sempre uma porção de dúvidas. Pra mim, sem sombra de dúvida, aquela que mais me amedronta é passar longe de você, amiga, amigo, um momento difícil, seja ele qual for. Engraçado que não me preocupo muito se eu precisar de um colo, se eu ficar doente, se eu partir... mas tenho muito medo disso acontecer com você e eu não puder estar presente. Essa onda de dor, medo e insegurança que o início do mês de junho carregou me despertou uma enorme vontade de dizer pra você: não deixe para daqui a pouco o que você quer fazer agora. Aproveitemos cada dia como se fosse o último. A gente sabe disso, mas é sempre bom relembrar.

Como amiga e psicóloga, relembro também aos meus amigos que estão de luto que o sintam na sua plenitude e descubram a forma como preferem experenciá-lo. Engana-se quem crê que aquele que está de luto chora sem parar e precisa estar entre amigos. Alguns sim, mas outros ficam mudos e preferem passar alguns dias longe das pessoas. Como defensora de que a terapia nada mais é que uma entre diversas formas que temos de nos auto-conhecer, sugiro que todos nós procuremos ajuda psicológica para se conhecer e reconhecer de que forma preferimos sentir essa perda e aprender a lidar com ela. Fugir ou evitar o luto não diminuirá a dor e não fará com que esqueçamos o que aconteceu.

E como infelizmente qualquer um de nós pode ser alvo de uma tragédia como essa, confesso que eu me imaginei muitas vezes como a Juliana que mora na Europa e foi a Brasília passar uns dias com a família; aliás, é isso que eu farei em agosto próximo, e fiquei com vontade de expressar que, se um dia eu partir antes do esperado, saiba que "voltei pra casa" feliz. E que se não for possível alcançar todos os meus sonhos, assim como a Juliana Aquino e o Bruno Bukvic, alcancei todos os que pude e os vivi intensamente. E não é isso que importa?

Envio, por meio desta tela fria, um caloroso abraço a todos aqueles que ficaram tristes com a partida da Juliana, do Bruno ou de qualquer pessoa que se foi e que faz falta... Transmito o meu desejo de que enfrentem esse momento com muita garra e que se permitam o tempo que for necessário para se reerguer. Peço aos meus outros amigos que estão em Brasília que abracem você por mim e compartilho minhas lágrimas como expressão do carinho que sinto por vocês! Por mais cruel, inacreditável e inexplicável que sejam essas tragédias que temos visto pelo mundo, jamais podemos esquecer que "nada vai conseguir mudar o que ficou". Eu acredito nisso...