tag:blogger.com,1999:blog-21070731103047776512023-07-18T06:52:59.149+02:00sonhei e fui ...se vivo no mundo das nuvens... fazer o quê?Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.comBlogger48125tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-73629363753478685072010-09-01T04:45:00.010+02:002010-09-10T02:59:15.457+02:00Entre flores e sabiás<div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><span class="Apple-style-span">Que sensação boa chegar sem ter esperado o tempo passar. Nunca um vôo de 9 horas foi tão curto. Da próxima vez faço o mesmo: durmo pouco nas quatro noites anteriores ao vôo porque só assim pra conseguir babar por quatro horas na blusa pólo do velhinho fofo que sentou ao meu lado. Ao avistar a terra vermelha do meu quadradinho, veio como um flash a imagem da minha chegada a Brasília em fevereiro de 2006, vindo do inverno québécois. Lembrei do sentimento de alivío-alegria que bateu quando senti as rodinhas do avião tocarem o chão, choraaava que nem criança que pede colo. O colo que eu queria se chama latossolo.</span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><span class="Apple-style-span">Desta vez não teve nem choro contido. Estaria eu mais insensível? E comecei a racionalizar... "É que como já fui e voltei algumas vezes, e como adquiri experiência e gosto por essas idas e vindas, sei que elas vão acontecer a qualquer momento." Ou mesmo que nem aconteçam, o mais importante é a gente se sentir preparado e disposto a enfrentar tais idas e vindas (nossas - e dos outros). Esses dias, duas amigas de Brasília vieram dizer que eu sou corajosa por ter vivido sozinha em outra cultura e reconstruído uma rede social do zero. O engraçado é que além de não me achar nada corajosa por isso, reconheço que foram poucos os momentos tão marcantes e gostosos como o de chegar perdida em uma cidade desconhecida. Medo? Medo eu tenho é dessa vida pequena e pacata onde as pessoas se preocupam com futilidades e discutem abobrinhas. Me arrepio ao assistir mulheres conversando sobre pulseiras e langeries por mais de 10 minutos. Arrepio, coceira e agonia é o que me dá. Vontade de correr e pedir socorro. Então começo a me perguntar: Eu faço eu parte deste clã? Qual é a minha tribo, afinal?</span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><span class="Apple-style-span">Voltei feliz sim. Feliz por poder abraçar, beijar, conversar e estar com meus amores maiores, aqueles que estão dentro da gente quando a gente tá sozinho no mundo. Voltei feliz por acreditar na mudança e na reconstrução: do indivíduo e dos seus hábitos, das suas amizades e crenças, do seu jeito de enxergar, sentir e transformar as pessoas e o meio onde ele vive. Meus pais continuam workaholics, mas mais sociáveis, comprometidos e viajantes. Meu cãozinho tá cego, surdo e manco, mas ele continua sendo o ser mais lindo desse Universo. O único que percebe quando eu estou triste mesmo antes de colocar pra tocar aquele CD dor de cutuvelo total. </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; ">Minhas amigas estão lindas, coradas, dispostas e bem amadas (algumas tias e ricas também). </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; ">Felizmente nenhuma conversou sobre pulseiras e langeries por mais de 5 minutos até o momento. Ufa!</span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><span class="Apple-style-span">E é com saudade da vida que Gràcia me agraciou que eu quero uma vida nova na minha amada Brasília. Meus passos ainda estão se encaixando de leve em uma dança repleta de dúvidas, </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; ">piruetas e </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><span class="Apple-style-span">desejos. Sei que ser a saudosa pessimista que acha que a vida boa ficou lá fora</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "> não vai além</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; ">. Quero que as lembranças de uma vida de sonhos e fantasia me inspirem a mudar a realidade da minha cidade. </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; ">Mas pra quê me inspirar lá longe se são as próprias cores e contrastes da minha ilha </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; ">que me lembram que é possível florescer diante das dificuldades...</span></div></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><br /></span></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/TIh1IvxfQJI/AAAAAAAAUNY/17JYQ_2eNQU/s1600/Ip%C3%AA.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://4.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/TIh1IvxfQJI/AAAAAAAAUNY/17JYQ_2eNQU/s400/Ip%C3%AA.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5514786536838611090" /></a><div style="text-align: justify;"> </div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-77608695098801072002010-08-23T19:21:00.001+02:002010-08-27T16:24:17.864+02:00Sonhei e fui... e já voltei!<object style="background-image:url(http://i4.ytimg.com/vi/O8lLczYslE8/hqdefault.jpg)" width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/O8lLczYslE8?fs=1&hl=pt_PT"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/O8lLczYslE8?fs=1&hl=pt_PT" width="425" height="344" allowscriptaccess="never" allowfullscreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-80525469536398019802010-07-24T19:23:00.011+02:002010-08-09T12:06:50.928+02:00Oportunidade: Roca<p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Quando confirmei com o Dr. Nuno Rodrigues no dia 24 de Março que a <a href="http://www.es.roca.com/">Roca</a> em Leiria estaria de portas abertas para que eu realizasse o estágio com a equipa de Recursos Humanos, não consegui me sentir motivada a participar do processo de selecção de outras empresas. Sentia que aquela oportunidade representaria um desafio enorme na minha vida profissional por diversos motivos (apesar de só ter descobrido a maioria deles agora, depois de concluir esta experiência). <o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Primeiramente pela própria actividade proposta: avaliar o modelo de gestão adoptado pela Empresa exigiria (e decididamente exigiu!) que eu compreendesse a cultura da Roca em pouco tempo. Todo o processo que envolveu realizar as entrevistas: conhecer a organização funcional, entrar em contato por e-mail e/ou telefone e, finalmente, conduzir 46 entrevistas pessoalmente, que variaram de 20 minutos a 1 hora de duração por pessoa, me fizeram conhecer a forma de funcionamento, os estilos de liderança, os principais meios de comunicação e interacção adoptados pelos colaboradores da Roca em questão de dias. Sem sombra de dúvida, o espaço de fala proporcionado pela entrevista nos permite entrar em contacto não apenas com um turbilhão de palavras, mas de percepções, sentimentos, dificuldades e desejos</span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:georgia;font-size:medium;"> daquele conjunto de trabalhadores.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Além disso, o facto de a Roca ser uma empresa do sector industrial me atraía muito. É difícil reconhecer que há trabalhos que exigem força física, que são monótonos e repetitivos mas que precisam ser feitos (pelo menos a curto e médio prazos porque eu sozinha não seria capaz de mudar toda a organização e funcionamento da Empresa sem a abertura da alta administração). As máquinas e os robôs ajudam muito, mas não substituem o olhar e acção humanos. A precisão e experiência são essenciais para a realização de certas tarefas e estas são características que só o ser humano possui.<o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Mas então, como melhorar o ambiente de trabalho e fazer com que aquela tarefa braçal respeite as limitações humanas, não leve ao adoecimento (fisicamente ou mentalmente) e mais: proporcione saúde, prazer e bem-estar ao trabalhador? Esta era uma reflexão que eu fazia todos os dias que entrava na Roca. E a simples conclusão ao qual chego até o momento é a seguinte: além de todos os esforços para melhorar as condições de trabalho e para reconhecer o trabalhador por meio de um bom salário, de formação, e de oportunidades de crescimento e desenvolvimento na Empresa, é preciso tratá-lo como ser humano. Por mais óbvio que pareça dizer isso, infelizmente, quando o foco é o lucro, os processos e a produção, as máquinas pareciam receber mais atenção que as pessoas pelos engenheiros e administradores. E creio que isso ainda aconteça até hoje porque há pessoas com formação sem educação que quando sobem níveis hierárquicos em qualquer circunstância se esquecem do significado da humildade e da sensibilidade.</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:georgia;font-size:medium;">No meio daquele ruído ensurdecedor, daquelas máquinas, manipuladores e robôs, é preciso fazer notar a presença dos seres humanos que ali trabalham. É simplesmente dar-lhes um “bom dia” e desejar uma “boa tarde”, chamá-lo pelo nome e não pelo número, escutar os comentários que eles têm a fazer, as sugestões que eles têm a dar (e colocá-las em prática, se for viável), é preciso elogiá-los quando o trabalho é bem feito e explicar construtivamente quando precisa ser melhorado.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">O terceiro motivo que fez desta oportunidade um grande desafio pra mim esteve relacionado a morar em Leiria, uma cidade onde apenas eu dentre os meus colegas de curso iria morar e onde não conhecia ninguém quando aqui cheguei. Apesar das dificuldades nas primeiras semanas, a tranquila Leiria se mostrou o local ideal para trabalhar. No entanto, se a sua vida cultural deixava a desejar aos meus padrões, por outro lado foi muito bom porque passei a viajar mais, a descobrir outras cidades portuguesas aqui por perto.</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:georgia;font-size:medium;">Esse contacto com a cultura portuguesa foi enaltecido pela convivência com os portugueses e portuguesas na Roca. Sempre que redigia um texto, um dos integrantes da equipa de RH relia-o por completo para verificar se existia alguma palavra ou expressão “à brasileira” que precisava ser alterada. E esta medida constante me lembrava diariamente das nossas diferenças.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">A relação profissional (em comparação com a acadêmica) faz com que a gente mantenha uma distância maior com o outro, discuta menos essas diferenças ao observá-las e eu sentia que precisava fazer esse treino diariamente. Na execução do trabalho e nas conversas na hora do almoço, observava ideias e opiniões muito semelhantes às minhas, mas também ouvia histórias que confirmavam valores, crenças e estilos de vida muito divergentes dos meus.<o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Ademais, não podia esquecer dos pontos fracos e fortes do meu papel como estagiária. Um dos pontos fracos de estar ali de passagem é compreender que nem sempre a minha opinião merecia atenção. Mas estar de passagem também trouxe a mais-valia de poder realizar com sucesso a actividade que me foi proposta: avaliar várias dimensões do modelo de gestão que eles adoptam e apresentar críticas, se for necessário. Depois de apresentar os resultados aos colaboradores, no dia 13 de Julho em duas reuniões a quase 80 pessoas, muitos deles vieram comentar comigo que foi muito bom escutar a apreciação de alguém de fora sobre o que eles já sabiam e sentiam – mas que por trabalharem na empresa nunca seriam capazes de torná-las explícitas.<o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">E a brasileira que veio de fora e de longe, que já passou e já está de saída pôde expressar os ganhos que a Gestão de Qualidade Total adotada pela Roca em Leiria desde 2002 trouxe até hoje e ainda pode trazer para as pessoas que estão a</span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:georgia;">li dentro há 2, 5, 10, 20, 30 anos e que ainda estarão por longos anos. Finalizei no dia 16 de Julho mais uma experiência marcante deste Mestrado. E eu espero que a minha passagem pela Roca tenha sido tão rica pra Empresa como a passagem da Roca na minha vida foi pra mim<span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia, serif;">.</span></span></p>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-26292117450791702122010-06-22T01:41:00.008+02:002010-06-29T01:48:00.523+02:00Sou mestre. E agora?<div style="TEXT-ALIGN: justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">No dia 21 de Junho de 2010, na sala dos Claustros da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, às 17:30h em Portugal (13:30h em Brasília), o presidente da mesa anunciou que fui aprovada como Mestre pela Universidade de Coimbra e de Barcelona. A dissertação foi avaliada como Excelente pelas arguentes e recebeu como nota a letra "A".</span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><br /></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Sou mestre. E agora? Agora eu só quero agradecer. O sentimento de alegria se mistura com a gratidão e as lágrimas da menina-mulher-mestre alcançam o sorriso bobo de quem não consegue acreditar que aquele sonho tão esperado foi alcançado. Apesar de nós, alunos deste programa, sermos obrigados a escrever a dissertação em inglês, os agradecimentos têm formato livre. E só por meio do Português (do Brasil!) que eu me sinto totalmente à vontade, livre pra ser eu. </span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><br /></span></div><p class="MsoNormal" style="LINE-HEIGHT: 150%; TEXT-ALIGN: center" align="center"><b><span lang="EN-US"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Agradecimentos</span></span></b><b><span lang="EN-US"><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> </span></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="LINE-HEIGHT: 150%; TEXT-ALIGN: right" align="right"><b><span lang="EN-GB"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span style="font-size:0;"></span>“Every exit is an entrance to somewhere else”</span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="LINE-HEIGHT: 150%; TEXT-ALIGN: right" align="right"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span lang="EN-GB"></span></span></b><span class="Apple-style-span" style="LINE-HEIGHT: 22px"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Tom Stoppard</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="LINE-HEIGHT: 150%; TEXT-ALIGN: justify" align="right"><span class="Apple-style-span" style="LINE-HEIGHT: 17px"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">O fim de uma carreira simboliza o início de uma nova etapa na vida daqueles que se aposentam. A conclusão desta dissertação de mestrado representa a minha entrada na vida acadêmica e profissional. Interessada pela vivência e estudo dos ciclos que todos nós enfrentamos ao longo da vida, finalizo este trabalho muito grata a todos aqueles que foram essenciais para a construção de uma investigação preliminar a respeito de um tema socialmente importante, complexo e que me despertou enorme interesse.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">À </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Dra. Margarida Pedroso Lima</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">, por ter aceito o desafio de orientar uma dissertação de uma aluna desconhecida sobre um tema que eu desconhecia. Começamos do zero e aprendemos muito juntas. Agradeço pelas lições sobre metodologia de pesquisa, qualidade de vida no trabalho e cuidado aos idosos. Mas especialmente, agradeço-te, Margarida, por ter me ensinado a me cobrar menos, me valorizar mais e a acreditar no meu trabalho.</span><span style="font-size:0;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">À </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Dra. Concha Menéndez Montañes, </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">pela orientação e suporte durante o período da mobilidade em Barcelona. Sou muito grata pelos ensinamentos sobre envelhecimento bem-sucedido, revisão sistemática da literatura e intervenção em psicologia do trabalho. A mensagem final desta dissertação é um belo poema que você me apresentou.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Aos </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Professores da Universidade de Coimbra</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> e da</span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> Universidade de Barcelona</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">, pelo acolhimento e pelos memoráveis momentos de aprendizado em sala e fora dela.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">À </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Dra. Alice Oliveira</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">, uma profissional eficiente e alegre, uma peça-chave para que tudo que acontece no Núcleo de Estudo e Formação em Gestão (NEFOG) dê certo. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Ao professor da Universidade Católica do Porto, </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Dr. António Fonseca</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">, que disponibilizou o Inventário de Satisfação com a Reforma validado para a cultura portuguesa e que foi extremamente solícito durante todos os momentos que o procurei.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">A toda </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">equipa do Departamento de Recursos Humanos da Empresa</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> onde os dados foram coletados, em especial ao seu Diretor, que abriu as portas para que eu pudesse realizar o estudo e se empenhou para que os procedimentos fossem realizados da melhor forma.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:8.0pt;text-align:justify;line-height: 120%"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Aos Professores da Universidade de Brasília que mais contribuíram para que eu trilhasse meu caminho em direção ao sonho de um dia ser professora: Doutor </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Jairo Eduardo Borges-Andrade</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">, Doutora </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Kátia Puente-Palacios</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> e Doutor </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Mário César Ferreira</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">. Pela forma como ensinam, participam como docentes Universitários e incentivam o crescimento dos seus alunos, eles se tornaram meus reais exemplos do que significa ser um bom Mestre.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:8.0pt;text-align:justify;line-height: 120%"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Novamente à Doutora </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Kátia Elizabeth Puente-Palacios</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> especialmente pelo auxílio com a análise dos dados deste estudo. Ela me mostrou que a estatística pode ser divertida, mas que é natural errar muitas vezes para passar a vê-la desta forma. Kátia, obrigada também pelo acolhimento em Valência e pelo constante apoio virtual, sempre tão real.<o:p></o:p></span></span></p><p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Às pesquisadoras sobre aposentadoria e planejamento de carreira, </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Dra. Nuria Tordera </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">da Universidade de Valência e</span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> Dra. Lucia França </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), professoras que encontrei durante a busca de artigos para a construção da revisão da literatura desta dissertação e que gentilmente enviaram publicações e se mostraram interessadas pela minha pesquisa.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">À </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Dra. Teresa Sousa Machado</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> e à </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Dra. Isabel Albuquerque,</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> por aceitarem o convite como arguentes deste trabalho e contribuirem para a sua melhoria. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"></p><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:8.0pt;text-align:justify;line-height: 120%"><span lang="PT">Àqueles que cruzaram meu caminho ao longo desses dois anos e se tornaram mais próximos. Pessoas com quem pude compartilhar momentos inesquecíveis em Coimbra, Leiria e Barcelona:<b> Tânia Fachada, Filipa Rodrigues, Francisco Páez, Leonardo Santos, Eduardo Vital, Pedro Monteiro, Ana Teresa Fernandes, Ana Catarina Sá, Torgeir Halland, Natália Zuluaga, Liça Gilbert, Diana Moreno, Juliana Pantoja, Germana Queiroz, Yulimar Salazar, Cristina González, Laura Núñez, Sara Campo, José Martínez, Rosane Kist, Hilda Costa, Ekta Menghrajani, Sarvesh Dosooye e Sérgio Maria.<o:p></o:p></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:8.0pt;text-align:justify;line-height: 120%"><span lang="PT">Ao fantástico quarteto de mulheres, <b>Carine França, Sabrina Romero, Talita Pires e Juliana Duque</b>. Mais que amigas, elas foram minha família durante estes dois anos. As conversas mais gostosas, os medos mais incômodos, as risadas mais altas, as quedas mais duras eu vivi e compartilhei com elas. Em Portugal ou na Espanha, no Brasil ou na Colômbia, sei que estaremos em contato. Esta é uma das poucas certezas que eu levo comigo agora.<b style="mso-bidi-font-weight:normal"><o:p></o:p></b></span></p></span><p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Às minhas amigas e amigos de ontem e de hoje, pessoas que amo muito e que acompanharam vários ciclos da minha vida, inclusive este, mesmo à distância: </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Juliana Magalhães, Ester Carvalho, Érika Flenik, Rafaela Seidl, Luna Seidl, Hyrla Oliveira, Ana Luiza Alvim, Fernanda Carvalho, </span></b></span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Taciana Meirelles, Fernanda Prazeres, </span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Larissa Tomasi, Vanessa Brixi, Lílian Bertoldi, Rafaella Andrade, Fernanda Vieira, Rafael Dutra, Jana Koosah, Júlia Lagos, Nathália Oliveira, Ângela Ferreira, Rosemary Wargas, Liana Medeiros, Rosane Violin, Natasha Duarte, Maria Fernanda Briceño, Rodrigo Ferreira e todos do querido Grupo Cultura. </span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Pra onde quer eu vá, levo vocês…</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Ao meu solidário amigo </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Axell Nascimento</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> que me ajudou com a busca de artigos científicos para a construção deste trabalho</span></span><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">. Amigo, o</span></span><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">brigada pelo suporte informacional e emocional, já que você também acompanhou meus altos e baixos muitas vezes nestes dois anos.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Aos meus avôs e avós (</span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">in memoriam</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">), tios e tias, primos e primas das famílias </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Fleury Seidl e Fernandes de Oliveira</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"> que apóiam as minhas decisões, vibram com as minhas vitórias e me encorajam a seguir em frente. Não vejo a hora de encontrá-los, abraçá-los e comemorarmos juntos mais esta alegria.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Ao meu guerreiro e carinhoso pai, </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Arlindo Fernandes de Oliveira</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">, com quem aprendi a ser ativa como filha, aluna, mulher, cidadã. A lutar por um mundo mais justo por meio das mais pequenas ações e a disfrutar os sabores da vida com muita vontade e humildade também. Pai, como sempre, sua generosidade e amor permitiram que eu alcançasse mais esse sonho. <o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">À minha mãe, amiga e professora, </span><b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Eliane Maria Fleury Seidl</span></b><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">, que me despertou o amor pela psicologia, pelo ensino e pela pesquisa. Ela me encoraja a aprender sem ter medo de errar, a amar sem ter medo de sofrer. Momis, sua independência, otimismo e energia me impulsionam a me dedicar a tudo o que eu faço e a valorizar o lado positivo de cada experiência vivida.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: justify"><span lang="PT"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 6pt; LINE-HEIGHT: 110%; TEXT-ALIGN: right" align="right"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><b></b></span></p><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><b><p class="MsoNormal" align="right" style="margin-bottom:8.0pt;text-align:right; line-height:120%"><span lang="PT">Com todo meu amor,<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="right" style="margin-bottom:8.0pt;text-align:right; line-height:120%"><span lang="PT">pai, mãe, este trabalho é dedicado a vocês.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" align="right" style="margin-bottom:8.0pt;text-align:right; line-height:120%"><span lang="PT">E a todos, um sincero muito obrigada!</span><span style="mso-ansi-language:PT-BR"><o:p></o:p></span></p></b></span><p></p>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-44334703172350667772010-06-10T00:03:00.010+02:002010-06-10T03:36:43.337+02:00Maria, João e Pessoa<div style="text-align: justify;">Tive a oportunidade de conhecer Maria quando fui estagiária do Centro de Atendimento e Estudos Psicologicos da Universidade de Brasília (CAEP - UnB) no primeiros meses do ano de 2008. Eu era a terapeuta, ou melhor, a aprendiz (ou algo no meio, ou as duas coisas...) e ela era quem tinha o interesse em receber atendimento psicológico (algum psicólogx, por favor, como vocês chamam as pessoas que fazem terapia? porque paciente me lembra a relação médico-paciente - bleh!, cliente é capitalista demais, né?... e se vier chamar de doente, eu fico louca! nenhum de nós é completamente saudável ou completamente doente. se você acredita ser sano mentalmente, aproveite enquanto há tempo! eu já não acredito mais).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No meio de tanta confusão de quem éramos, as duas pessoas (assim fica melhor né?! ;) se encontravam todas as quartas-feiras de manhã. E durante 1 hora a Maria me contava como havia sido a sua semana passada. Os relatos de Maria envolviam sempre a sua relação com a filha, a relação que a filha tinha com o marido, o seu novo papel como avó, a despedida do trabalho, os medos da sua vida como aposentada e as enormes saudades da mãe e da irmã, que continuavam morando na sua cidade natal: João Pessoa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Maria era uma mulher que transbordava energia. Se algumas pessoas demoravam para "aquecer", como os psicodramatistas dizem, Maria chegava "em ponto de bala" a cada encontro. Falava, falava, falava sem parar e a sua fala era entrecortada por gargalhas altas que não me faziam rir. Eu sentia que atrás daquelas risadas escandalosas havia uma dor que temia sair. Sua ansiedade era perceptível de muitas formas. Maria se sentava beeem na pontinha da cadeira. Eu estava pra ver o dia Maria iria cair dali! Ela parecia pronta pra agir, mas ainda não sabia como. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nos fins-de-semana, Maria sempre cuidou da sua neta. Quando a filha queria sair com o marido, ou tinha algum problema pra resolver, ela ficava contente em poder cuidar da sua linda netinha. Só que quando Maria entrou na aposentadoria, a sua filha passou a pedir para Maria cuidar da neta com maior frequência. Era uma forma que a filha dela tinha de economizar e estar tranquila - "porque é difícil confiar nas babás de hoje em dia - né mãe"? Porém, apenas na terapia Maria tinha coragem de dizer que estava cansada. Ela optou por finalizar sua carreira para ter mais tempo para cuidar de si. Para permitir-se viver a vida que a outra vida nunca lhe permitiu viver. Só que por amar a filha e a neta imensuravelmente, Maria se sentia culpada em recusar a estar com a neta e negar ajudar à filha. Ao mesmo tempo, ela não entendia porque a família do pai não era mais presente, ela nunca entendeu porque a filha engravidou tão cedo, ela considerava sua filha imatura para ser mãe. Mas Maria também sentia que era o momento de voltar a reencontrar a sua mãe, que estava precisando de cuidados e de estar mais perto da irmã, que sofria de depressão. Os deveres e os desejos dos seus papéis brigavam dentro do coração de Maria. A cada sessão, pouco a pouco, aparecia a Maria assertiva, a Maria receosa, a Maria que pondera mas tem vontades e a Maria medrosa. Tentávamos encontrar naquele espaço qual o espaço Maria queria ocupar no mundo real.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na ensolarada manhã seguinte de quarta-feira, achei estranho não ter visto Maria na sala-de-espera. "Ué, ela é sempre tão pontual..." Esperei 15 minutos, 30 minutos e guardei o protocolo dela. Não costumávamos esperar mais que isso. "Deve ter acontecido algum imprevisto, Maria deve ligar e se justificar". Três dias depois, Maria não tinha me ligado. "Talvez Maria apenas se esqueceu..." E na próxima quarta-feira eu tinha a certeza de que ela apareceria. Maria não apareceu nas próximas 2 sessões. Liguei inúmeras vezes no único número que Maria havia deixado e, em todas elas, deu desligado. Três faltas não justificáveis nesta Clínica-Escola desligam a pessoa do serviço, já que a lista de interessados é muito grande. Milhares de pensamentos rondaram e atordoaram esta pessoa que aqui vos escreve. "O que eu fiz a Maria? Onde foi que eu errei?" Nós sabemos que essas relações costumam ser assim: extremamente intensas mas prestes a terminar a qualquer momento. Mesmo assim, foi difícil lidar com essa partida. Em supervisão, comentei sobre este desligamento forçado com uma pessoa com quem o processo terapêutico vinha caminhando muito bem...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na última semana de estágio, organizando meu relatório encontrei sem querer o e-mail de Maria. Não sabia se ela usava aquele e-mail ou não e nós nunca somos aconselhados a contactá-los desta forma. Apenas em último caso. Decidi escrever. E poucos dias depois, Maria me respondeu:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">" -Juliana, eu estou em João Pessoa. Contei a milha filha que precisava rever a minha mãe, voltar a minha terra, sentir esse cheiro de mar e colocar os pés na areia. Ter a vida que eu queria, lembra? Abraços, Maria."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ah, Maria... passaram-se dois anos e eu ainda me lembro. É neste exato instante em que me acomete uma série de dúvidas sobre o que quero fazer no meu futuro breve que as lembranças da nossa vivência e de muitas outras que tive a seguir se tornam mais presentes e fortalecem uma das poucas certezas que eu carrego comigo agora: onde quer que esteja, seja lá o que eu vá fazer, eu só me sinto realizada naqueles trabalhos que me permitem conviver direta e intensamente com Maria, João... Pessoas!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">ps.: Por respeito à Maria, seu nome e história foram modificados. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span></div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-82372007502457392252010-05-15T22:54:00.012+02:002010-05-16T15:37:29.982+02:00Novidades básicas<div style="text-align: justify; ">Os últimos dois meses foram marcados por muitos acontecimentos. Assim que o curso de inverno terminou, eu e mais 4 brasileiros de diferentes regiões do país fomos até Santiago de Compostela de carro, um daqueles convites irrecusáveis que surgem quando você menos espera, sabe? Num dia de estudos como outro qualquer, a Sabrina chega perto de mim e comenta "- Vou passar 3 dias em Compostela com três amigos, tem 1 vaga no carro, quer vir?" Que bom que eu podia dizer sim! Rever este encanto de cidade com calma foi maravilhoso, melhor que isso foi viajar de carro. Admirando paisagens belíssimas, com direito a parada em Viana do Castelo, em Portugal, os 5 brasileiros cantaloravam músicas do Chico, Betânia, Jorge Ben, Arnaldo Antunes, Elza Soares, Alçeu Valença. E as duas principais conclusões da minha segunda visita a Santiago foram: preciso viajar mais de carro e preciso fazer o caminho a Compostela a pé. Descobri que há vários caminhos e um deles inclui passagens pelo campo e pela praia. Alguém me acompanha?</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Daí veio a última disciplina do mestrado, que foi ministrada por uma brasileira, Prof. Mirlene Siqueira, da Universidade Metodista de São Paulo. E fui sentindo aos poucos que voltar a Portugal me deixou com mais saudades do Brasil... saudades que eu não senti quando cheguei em Setembro de 2008. De novo mais perto das amigas brasileiras, de novo escutando e falando português todos os dias, daí vieram as aulas da professora que fez doutorado na UnB, que comenta dos nossos Congressos, da nossa cultura, e chega pra mostrar que a gente também faz e faz bem feito. Ai ai...saudade. Mas já que não dava pra ir ao Brasil, fui a Itália. E logo que a disciplina terminou, lá estava eu de malas prontas. Merecidos seis dias em Roma com direito a participação em Congresso, apresentação de trabalho e um reencontro mais tranquilo e caloroso com a capital italiana. Outra sensação indescritivelmente boa é poder passar sem pressa por lugares já antes visitados durante a primavera quando se lembra do frio, da correria e do hostel fedorento que eu fiquei quando fui pela primeira vez... era outra Roma pra mim, e eu me senti outra nela também.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Cheguei de Roma e fui refazer a mala. E as roupas que sairam da bagagem não foram pro armário, mas para outra mala. Eu tinha dois dias para deixar tudo pronto para que o caminhão que iria levar a mudança dos meus amigos a Lisboa, fizesse a gentileza de deixar minhas roupas, livros, sapatos, aquecedor, lençol, travesseiro, e o Manuel no meio do caminho. Acho que vou sugerir ao Peiró, coordenador do Programa deste Mestrado, para escrever no site que entre as competências desenvolvidas ao longo do curso está o desapego. Ficou faltando essa. Em Coimbra, Barcelona e Pequim, pra levar um livro, um presente ou um casaco novo, teve que ficar a calça confortável (já rasgada, coitada!), as botas que me suportaram por tantos meses, o casaco que marcou aquela viagem... até aí, sem problemas. Nada disso que eu deixei eu sinto falta, na verdade. Até me esqueço do que ficou pra trás. O problema mesmo é deixar as pessoas. Não importa quantas vezes a experimentamos, parece que nunca aprendemos. Eu até sinto que tenho melhorado, consigo focalizar mais nos fantásticos momentos vividos e partir pra viver outros! Mas as lágrimas continuam a me escapar na despedida. A diferença é que agora eu espero a pessoa ir embora.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">A chegada em Leiria foi marcada por sorte. Achei lugar pra morar rápido, com direito a apartamento bem equipado e cozinheiro de primeira. Essa história pra lá de engraçada vocês já sabem. Meu <i>compañero de piso</i> é solidário e divertido. Quando há tempo pra aprender a cozinhar, conhecer as cidades ao redor, visitar as amigas em Lisboa (fim de semana que vem tem Rock in Rio!!!), tá tudo ótimo, como mostram <a href="http://picasaweb.google.pt/juliana.seidl/LeiriaArredores#">as fotos</a>. Mas não há fotos dos momentos cansativos de excesso trabalho, das dificuldades encontradas no caminho, dos momentos sem companhia pra comentar como foi o dia, pra jantar ou fazer um passeio. No dia-a-dia não é tudo oba-oba. Também não posso reclamar porque eu quis morar numa cidade onde não conheço ninguém (hoje já tenho 2 colegas pra passear por aqui! =). É que a solidão aqui bate diferente que em Barcelona. Lá poderia não ter sempre uma companhia pros concertos, exposições e viagens que eu queria fazer, mas bom programa pra fazer sempre tem. Aqui, já não há companhia com frequência. E às vezes nem programa tem. Engraçado olhar pra trás e dizer: "Pô, enfrentar aquela solidão era fichinha né?" É, agora é mesmo. Os graus de dificuldades vão aumentando e nós vamos crescendo com eles. Então, as últimas semanas foram basicamente de muito trabalho no estágio e na dissertação, não havia mais tempo para mais nada além disso. Senti que os meus prazeres foram reduzidos a suprir minhas necessidades básicas. Dormir, tomar banho, comer e ir ao banheiro representavam as minhas pausas e as minhas delícias enquanto finalizava o próximo prazo, trabalhava de segunda a sexta e lia e escrevia de segunda a segunda.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Mas neste exato momento faltam apenas 5 diazinhos pra enviar a minha filha, vulgo dissertação, aos arguentes da banca. E pra recarregar as energias hoje eu fiz uma pausa diferente. Fui conhecer o famoso medieval <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Leiria">Castelo de Leiria</a>, erguido no cimo de um penhasco que o faz ser visto de muitos pontos da cidade. E lá eu descobri que caminhar, enxergar e respirar é incrivelmente bom! E ao que tudo indica eu não preciso de muito mais que o básico pra ser feliz...</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/S-8_opnjauI/AAAAAAAASs4/1UTTBKoqo7Q/s1600/DSC05401.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/S-8_opnjauI/AAAAAAAASs4/1UTTBKoqo7Q/s400/DSC05401.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5471662039877511906" /></a><div style="text-align: justify;"> </div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-13386446972300952102010-03-12T00:47:00.014+01:002010-03-14T23:28:59.598+01:00Mistura na Winter<div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; "><span lang="PT" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">A Winter School (WS) representa o que há de diferente deste mestrado. Todo o mestrado tem disciplinas, tem dissertação pra escrever e tem estágio – seja ele académico, como lecionar uma disciplina (como acontece na UnB e acredito que em quase todas as Universidades brasileiras) ou prático, como trabalhar numa organização (como acontece no mestrado Erasmus Mundus</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">). Nos mestrados Erasmus Mundus ainda temos a vantagem de conhecer pessoas que vieram dos mais variados cantos do planeta (mais do lado Ocidental, na verdade…). A WS é o momento onde todos os alunos europeus e não europeus <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, serif; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">(na nossa edição somos 34) espalhados entre as 5 Universidade do </span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Latin cluster europeu </span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">(Coimbra, Barcelona, Valência, Bologna e Paris V) se misturam.</span></span></span></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; "><span lang="PT" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">É como se bacalhau à bras, paella, risoto, cassoulet, feijoada, ajiaco e guacamole fossem servidos na mesma mesa. E todos tivessem que provar um pouquinho. Agora imagine se além de tudo isso viesse um rib steak pra arrematar o jantar? Pois é, se não bastasse todo mix de gente que faz parte do programa, o <a href="www.erasmuswop.org/">WOP-P</a> sempre tenta se associar a alguma Universidade de fora do </span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">European latin cluster</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"> para apimentar a mistura. Neste ano, a San José State University presenteou a nossa WS com mais 8 alunos ao grupo de 34: totalizando 42 mestrandos. Quando decidi promover uma enquete para averiguar quantos desses 8 estudantes nasceram nas terras do tio Sam, descobri que seis alunos que moram e vieram representar o país liderado pelo aclamado e criticado Obama nasceram na India, Paquistão, México, Portugal e por aí vai… E dos 42 alunos que participaram da WS 2010, a minha enquete identificou 12 nacionalidades diferentes. Definitavemente a WS concretiza um dos aspectos que me fez sonhar sair do Brasil: conviver com a diversidade!<o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; "><span lang="PT" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Em cada ano, a WS acontece numa cidade diferente do consórcio. Já foi em Bertinoro (representando Bologna), em Barcelona no ano passado e esse ano foi em… Coíiimbra! Quando eu soube que ela seria realizada aqui, minha primeira manifestaçaõ foi: “Ah não, que azar! Queria que fossem em Paris ou em Valência, pra poder conhecer melhor as cidades e as Universidades daquelas cidades onde passei, mas não estudei…” No meu discurso e imaginário daquele tempo não fui capaz de me dar conta de que aqui posso ser anfitriã. Talvez porque há muitos portugueses na turma e é claro que eu não conheço Coimbra tão bem quando eles (ó pá, longe de mim!) Mas a verdade é que uma mistura enorme de bons sentimentos me tomou conta quando me vi apresentando a Universidade de Coimbra, guiando até as cantinas, sugerindo um bom café, contando histórias que vivi naquelas ladeiras, mostrando minha nova morada! Emoção foi o tempero que dominou minha experiência ao apresentar essa doce cidade portuguesa a norte-americanos, franceses, espanhóis... Especialmente porque havia acabado de colocar os pés na cidade e a mão na massa. Todos sabem que fiquei em Barcelona até o último minuto. Cheguei em Coimbra um dia antes de começar a WS apenas pra ter tempo de desfazer as malas e comprar o café da manhã do dia seguinte. Ainda de ressaca das claras e cavas, minha chegada em Coimbra quase um ano depois tem sido uma boa pedida…</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; "><span lang="PT" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Os 42 alunos foram divididos em grupos de 4, 5 alunos que deveriam realizar uma infinidade de trabalhos relacionados a Psicologia dos Recursos Humanos. O meu grupo foi composto de duas brasileiras (eu e mais uma colega de Fortaleza que estuda em Valência), um africano (Ilha Maurício) que estuda em Paris e uma indiana que mora nos EUA desde os 15 anos e se considera tão estadunidense como indiana. Por respeito a eles não escreverei aqui sobre suas qualidades, o que fazem, como vivem. Mas deixo apenas uma pitada de idéia: é muito intrigante conviver com pessoas com trajetórias de vida tão divergentes da sua...</span></span></span></p></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/S5qeEKND0lI/AAAAAAAAR4A/OFc0ysYgaf0/s1600-h/My+WS+team.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://4.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/S5qeEKND0lI/AAAAAAAAR4A/OFc0ysYgaf0/s400/My+WS+team.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5447840493553832530" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 18px; font-family:georgia;">A Winter é composta por uma fase virtual e outra presencial. De novembro do ano passado a fevereiro desse ano trabalhamos virtualmente. Email, Skype e Gtalk foram nossas ferramentas de comunicação. E tínhamos que nos adaptar não apenas aos compromissos e rotinas de cada um, mas ao fuso que separa Espanha, França e EUA. A nossa empolgação do primeiro dia que nos vimos ao vivo em Coimbra foi inesquecível. E juntos tivemos duas semanas intensas de trabalho para terminar todos os projetos solicitados. Como na vida real de toda e qualquer organização, tive a oportunidade de trabalhar numa equipe que eu não escolhi, cujos membros nunca havia visto e que não sei quando os verei novamente.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Níveis de inglês diferenciados, sotaques também. Juntando isso ao fato de que a tecnologia nem sempre está a nosso favor, as nossas primeiras conversas via Skype tinham mais: "- Can you repeat, please? I can't listen to you!" do que conteúdo. Formas de trabalhar distintas, culturas também. Agir e cumprir prazos respeitando tudo isso. Eficiência, efetividade e eficácia começam a ter outro significado quando a equipe é diversa. Tem gente que enche o power point de texto, tem gente que quer que apenas tópicos e figuras. Alguns preferem entrar num consenso antes de começar a produzir, outros começam a produzir sem nem perguntar se um dos membros concorda. Alguns acham que fazer o que professor pede é mais que suficiente, outros querem ir além, muito mais além. Eu posso trabalhar de madrugada, tem gente que não. Eu não perco a hora do almoço e do jantar pra trabalhar, tem gente que sim. </span></span><o:p><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:georgia;font-size:medium;">Como conciliar?</span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; line-height: 18px; ">No final, a conclusão a qual cheguei é que manter a boa relação entre os membros do grupo representa o tempero mais importante para tornar essa mistura fina. Por conversas que tive com outros colegas, observamos que são poucos os que estão dispostos a ceder para manter as boas relações entre os colegas. E mais, sabemos que a diversidade gera conflito naturalmente e que para a resolução de problemas complexos esses conflitos são enriquecedores porque fomentam a criatividade e a inovação. Mas eu ainda defendo que o segredo da receita para chegar ao fim com trabalhos entregues e uma rede de contatos marcada por respeito e confiança, todos necessitam ceder alguma vez para que o jeito e as opniões de cada um sejam consideradas pelo menos algumas vezes para que todos percebam que agregaram seu toque pessoal ao prato principal.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; font-size:medium;">Dessa experiência, espero levar para minha prática profissional muito conhecimento sobre ética e justiça no trabalho, promoção da diversidade nas equipes, gestão de conflitos e liderança carismática e transformacional. Da vivência com toda essa mistura de gente, jeito, cultura e cor, me sinto hoje mais brasileira, mais apaixonada e saudosa pela minha terra, música, povo e calor. Mas sigo sonhando por um mundo onde a diversidade não seja vista apenas como um fato, como resultado da globalização, mas como fruto dela e que impulsiona a geração de novas idéias, a valoração do ser e agir diferente e a construção de vínculos, laços e relações cheios de sabor. </span></span></p>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-40157556028278832592010-02-19T18:54:00.006+01:002010-02-25T01:52:12.061+01:00Adiós, Barcelona.<span class="Apple-style-span" style="font-family:arial, sans-serif;font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; -webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px;font-size:13px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; font-family:Georgia, serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Tu me permitiste vivir con mucha intensidad. Imaginaba que esta intensidad no resistiría al tiempo. Y que la monotonía de aquellos que habitan una ciudad siempre les acometen. Ahora quisiera yo que el tiempo parase para no tener que dejarte... Me imaginé construyendo una vida en ti muchísimas veces mientras caminaba para el metro, hacía compras en el mercado y miraba los niños jugando por las plazas de Gràcia. Compartí tu magia en pensamiento con todos los que amo. He soñado tanto en tus brazos, Barcelona...</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; font-family:Georgia, serif;"><div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">En ti, fue la primera vez que viví con personas de otras culturas. Fue la primera vez que viví con más de una persona. Descubrí que me encanta vivir con la casa llena. La hija única que siempre tuvo mucho espacio solo para ella, ahora quiere dividir todo el poco espacio que tiene con muchos el día entero, todos los días. Puede ser una fase... muchos me dijeron. Si así es, la estoy aprovechando. Y si cuando llegué en esta habitación pequeños detalles me molestaban, ah.... ahora no más! "- Há tanta vida lá fora!"</span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">En ti, más precisamente en la calle Puigmartí 44, conviví con la pareja de Vigo. Conocí la seguridad de Sara. </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Y si en su forma de hablar, caminar y defender sus opiniones está su fuerza, es cuando cierra la puerta del cuarto e empieza a tocar el violino, que su sensibilidad se expande por toda la casa y la toma cuenta. De Sara quiero llevar esta firmeza, esta capacidad de caminar siempre de cabeza erguida pase lo que pase.</span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Tuve t</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">ambién la oportunidad de conocer su novio, el baterista de la banda Manos de Topo, Rafael. </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Rafa asobina mientras trabaja, baila mientras pasa por el pasillo, canta mientras cocina y toca mientras come. De Rafa quiero llevar esta alegría musicada que tranquilizó estas 3 mujeres durante todo este año. Y de la convivencia con ellos, como pareja, llevo la importancia de respectar el espacio del otro bien como las fortalezas de una vida compartida. Rafa también me permitió conocer a Muxi, el gato con actitudes de perros. Y si cuando llegó en le piso no quería que la pequeña fiera entrara en mi cuarto, hace tiempo ya lo dejo dormir en mi cama todo el día, le doy besos y abrazos, y le extrañaré mucho...</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">De Natália, la colombiana de Armenia, quiero poner en la maleta su libertad sin tamaño. Me acuerdo que Nat odiaba caminar de metro: "Así no se ve la ciudad, uno no se sabe dónde estás!" A Nat le gusta la bicicleta, el viento en el pelo, enfrentar el inesperado, vivir la oportunidad sin miedo. Ahora ella está feliz y tranquila en su ciudad, pero siempre estuvo en Barcelona como si ahí se fuera quedar, se entregando al trabajo, amigos, paseos, viajes... al presente. Aprovechó cada minuto sin rechazar las curvas que aparecieron en su camino.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">En el mismo piso también conocí y sentí la energía de Juliana Duque. Juli apareció para me enseñar español. Fue la primera cosa que me dijo cuando llegó y notó que yo todavía hablaba en inglés con los compañeros de piso. "Aiiii no, Ju, hay que empezar a hablar español ya!" Gracias a la paciencia de la colombiana de Bogotá soy capaz de escribir este texto sin pensar. Chévere, chistoso, mamona, chiquito, queriiiida, churro son expresiones que llevaré conmigo. Y ligada a cada expresión, me acuerdo de una buena historia. Pero además de mi profesora particular de español, la chica que tiene el mismo nombre, hace el mismo Máster y vivió en el mismo piso que yo me hizo aprender mucho con nuestras diferenzas. La practica y enérgica Juliana me mostró el peso de mi cobranza conmigo misma. Ella me enseño a retirar toda la importancia que daba a lo que no merece. Optimismo, energía, apoyo, escucha y una amistad para toda la vida es lo que quiero llevar de Juli.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">De las amigas colombianas de Juli, Ana y Pao, y de mis compañeros del Máster: Diana, José, Cris González, Juli Pantoja, Yuli, Laura, Sara, Orlando, Germana, Fran y Manuel, llevo un mar de buenas memorias, entre rumbas, cenas colombianas, italianas, venezolanas y españolas, mucha solidariedad, respecto y cariño. Mejor dicho, llevo el sabor de estar en familia y la seguridad de que estos son los mejores ingredientes para construir y se sentir parte de - una familia. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">No solo me despido de ti, pequeña. La pequeña que tiene todo lo que me gusta en las grand ciudades. Una vida cultural que no nos permite planear porque se puede encontrar un concierto buenísimo mientras se busca por otro. Fui sorprendida por tus calles muchas veces y tu siempre nos deja el sentimiento de que hay más cosas que hacer, que ver y que yo podría ter hecho y aprovechado más... quizá por esto me gustaría volver. Tus curvas, colores, playas y parques me llevaran a apreciar la vida despacio mientras sentía que el tiempo volaba... Me despido no solo de ti, querida. Pero de una etapa en mi vida. Una etapa dónde pude descubrir qué aspectos de una ciudad agregan calidad de vida a mi vida y cuáles quiero que sigan haciendo parte de ella a largo plazo.</span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">En estos días intensos entre compañías increíbles y momentos de soledad, siento que aprendí a valorar quien se preocupa conmigo y a saber relacionarme con quien solamente quiere aprovechar el momento y ya. Tu me permitiste conocer a tanta gente... perdí la cuenta de cuantas personas conocí. Hoy cuento en los dedos los pocos que quiero seguir en contacto. Hay tantas historias para contar sobre lo que enfrenté en tus brazos, pero ya me siento tan nostálgica, siento un vacío tan grande en el pecho que no quiero seguir escribiendo. Quiero aprovechar las últimas horas que tengo en ti... además, siento que en este espacio que alcanza a todo el mundo no hay espacio para mis dolores más fuertes tampoco los más sabrosos momentos...</span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">No me importa. Los mejores recuerdos siempre sabrán yo y tu: Barcelona.</span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></div></div></span></span></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/S37PYupHFDI/AAAAAAAAR1w/c870PIuTgdY/s1600-h/DSC01042.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://2.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/S37PYupHFDI/AAAAAAAAR1w/c870PIuTgdY/s400/DSC01042.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5440013423654409266" /></a>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-73173114963717877742010-01-24T00:15:00.020+01:002010-03-10T12:54:44.423+01:00O que Beijing deixou em mim?<div><div style="text-align: justify; ">Quando cheguei em Beijing, só sabia falar 3 palavras em mandarim: nihao! = olá!, xièxiè = obrigada e zài jiàn = tchau. Com o passar dos dias, escutei muitas palavras, mas só aprendi e utilizei mais 3 expressões: <b>wudaokou,</b> <b>qing huá dà xué dóng bei mé</b><b>n </b>e<b> dui</b>.</div><div style="text-align: center; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Calma, vou explicar. Wudaokou é o nome da região mais próxima aos dormitórios onde a Fê estava morando. E onde tem o metrô mais perto também. Então, seja para pegar o metrô, para ir ao shopping, restaurantes, bares, lojas tínhamos que ir de taxi dos dormitórios até wudaokou. Se não fosse taxi, teria que ser bicicleta. Naquele frio??? Alugar uma bicicleta velha pra pegar um frio absuuurdo que congelava minhas enormes bochechas?! Não, obrigada. Passeio de bicicleta elétrica eu aceitei. Mas as que tinham pra alugar eram inacreditavelmente velhas. Até banco remendado eu vi. Gastava 10 míseros yuans ou 1€ para ir dos dorms (apelido carinhoso) até wudaokou de taxi. E como não é uma palavra difícil de dizer, entrava no taxi e dizia assertiva: nihao! iudaôkou (vem, repete comigo ;) E pronto. Caso eu quisesse ir de taxi para algum lugar mais longe, aí tinha que levar o guia do lonely planet comigo (muito bom, diga-se de passagem e pra quem vai ficar mais tempo também =), olhava pro taxista, apontava o nome do local escrito em chinês e voltava o olhar pra ele pra ver se ele demonstrava ter entendido. Como os lugares que fui sozinha eram turísticos, sem problemas, eles entendiam e me levavam.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Teve apenas uma vez que eu fiquei preocupada. Queria ir ao Dashanzi Art District, onde está a antiga <a href="http://www.798space.com/index_en.asp">fábrica 798 </a>que agora virou um espaço para exposições e galerias de arte. A Fê tinha coisas pra resolver pela manhã, e então, lá fui eu logo cedo. Entrei no taxi, saludei o básico nihao e apontei pro endereço. Ele parecia ter entendido. Mas eu senti que não estava confiante. Pelo retrovisor, o observava... ele franzia a testa de vez em quando. Quando as coisas estão mais pra mal que pra bem, parece que o nosso <i>feeling</i> realmente funciona. A Fê tinha dito que esse local era longinho e que ia me custar entre 45 e 55 yuans. Quando o marcador mostrou 60, eu começei a suar frio. Pronto, o cara tá me levando pra ondeeee??? O que eu vou fazer??? Gritar socoooooorro??? Baaaahhh fiquem tranquilos, isso é só charminho pra deixar os leitores mais atentos. =P Tava de boaaa, como dizem lá na minha terra. Tinha o celular da Fê comigo e ela ficava em contato com um amigo dela que também morava nos dorms. Então, qualquer coisa, ligava pra ele e falava com ela. Mas que nada! Sai da minha frente que eu quero enfrentar as adversidades sozinha, agora ninguém me segura! Tava ansiosa pra ver no que no que aquilo ia dar... O motorista estava mesmo perdido. Parou o taxi e foi pedir informação pro primeiro cara que viu na calçada. Fiquei observando a conversa sem entender absolutamente nada. Depois, engraçado... só de ver a expressão do taxista quando caminhava da calçada até o taxi eu já sabia que ele finalmente sabia como chegar lá. Do retrovisor, via agora um olhar confiante, mãos no volante y ya! Here we are! O trajeto me custou um pouco mais caro né? Se soubesse algumas palavras mais, teria feito uma brincadeirinha, pedia um desconto ou algo. O que fiz mesmo foi entregar o dinheiro, retribuir com um olhar de alívio e me despedir: xièxiè.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Mas e pra voltar pra casa? Mesmo que eu estivesse chegado a wudaokou de metrô, saaame thing: tinha que ir de taxi de wudaokou até os dorms. Pra não ter erro e estresse, a Fê havia deixado comigo o cartão com o endereço e mapinha do prédio onde morava. Maaaaas, eu achava simplesmente o máximo tentar dizer o endereço. Já tinha pedido a Fê para praticar comigo algumas vezes. E o que se escreve assim: <b>qing huá dà xué dóng bei mé</b><b>n, </b>se diz mais ou menos assim<b> tchín tchá dá xuê dông bêing mã! </b>e significa prédio Zijing número 22 da universidade Tsinghua.<b><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "> Então, o plano que eu </span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; ">estabeleci comigo mesma era o seguinte:</span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "> primeiro dizia o que havia treinado. Se ele fizesse cara de "heeeeein???", aí eu mostrava o cartão. Vocês não imaginam o orgulho que me tomava conta quando eu percebia que o taxista entendia o que eu havia dito sem ter que mostrar o cartão! Se depois que eu disesse a assombrosa expressão, ele fizesse um movimento assertivo com a cabeça e arrancasse, eu vibrava e dava um grito mudo pra celebrar! =D</span></b></div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Incrível como é bom se fazer entender. E pra quem trabalha na área de Recursos Humanos, se há um aspecto que sempre há de ser aperfeiçoado é o sistema de comunicação. Quantos procedimentos não se repetem porque a informação ainda não chegou. A falha no processo comunicativo e a burocracia são veeelhas amigas. Andam juntas desde a Revolução Industrial. E se o que é resolvido pelo chefe não chega aos demais membros da equipe, o sentimento de injustiça pode gerar desmotivação e afetar as metas, prazos e resultados. E nem precisamos dos exemplos de grandes empresas. Quantos casais não brigam porque "eu havia ditooo que...!!!" E do outro lado: "mas eu havia entendido que...". Ahhh e poucas coisas me dão mais raiva do que ir a Universidade para encontrar minha orientadora de mestrado e escutar ela dizer exatamente o que havia dito na reunião passada ou, simplesmente, o oposto. No primeiro caso, fico me perguntando do metrô até em casa: "Pra que eu fui até a Universidade???" No segundo caso, me pergunto no mesmo trajeto: "Afinal, que diabos essa mulher quer???"</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Como pode então alguém passear por uma cidade um dia inteiro e se comunicar eficazmente sabendo falar 6 expressões? Sim, é possível. Todos nós utilizamos uma linguagem de maneira instintiva e inconsciente que se chama linguagem não-verbal. Essa linguagem serve para reforçar o que transmitimos com as palavras. Mas o seu poder é tão grande que ela pode substituí-las. Quando chegávamos a um restaurante, mostravámos o número com os dedos ou apontávamos pra nós mesmos para que a garçonete entendesse "Mesa pra... 2, 3, 4". Para pedir os pratos, bastava apontar pro que achávamos que poderia ser saboroso. E nessas horas o <b>dui </b>ajudava muito. O dui (vem comigo de novo: dúê ;) significa ok!, certo!, isso mesmo!, that's right! Pra não ter erro no pedido, depois que apontávamos todos os pratos pra ela no cardápio, ela anotava e depois voltava o olhar pra gente e apontava para todos os pratos - um - por - um de novo enquanto a gente ia respondendo: dui, dui, dui até que ela estivesse segura de que, de fato, estava tudo dui!</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Uma viagem nos traz tantos aprendizados, lembranças, vontades, imagens, desejos, algumas vezes até amizades e muita saudade... Beijing me trouxe tudo isso. E me mostrou, em todos os dias que eu lá estive, a importância de nos conscientizarmos e de estarmos mais atentos a nossa linguagem corporal. Será que os meus gestos e expressões, a minha aparência, postura, o modo como eu caminho, o tom e volume da minha voz estão de acordo com o que eu quero transmitir? Nós sabemos que a linguagem corporal muda de contexto pra contexto e de cultura pra cultura. Mas cada um de nós tem os seus gestos e expressões próprios, que nos caracterizam e nos ajudam a nos comunicar melhor.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Beijing me deixou uma vontade grande de fazer maior e melhor uso das mensagens que expressamos com um toque, com os movimentos das mãos, com um sorriso, com o balanço das pernas, com as formas do corpo, com o carinho de um abraço e com a força do silêncio. Beijing me convidou a viver mais aquela velha e conhecida frase-clichê que é pura verdade: <b>Um olhar vale muito mais que mil palavras.</b></div></div><div><br /></div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/S5eIS9JyG3I/AAAAAAAAR3U/fp3F-mw078Y/s1600-h/DSC03648.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/S5eIS9JyG3I/AAAAAAAAR3U/fp3F-mw078Y/s400/DSC03648.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5446972133562522482" /></a><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">More than words is all you have to do to make it real.</span></span></div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-5372819887870807622010-01-15T00:31:00.009+01:002010-01-17T16:19:03.544+01:00Beijing à primeira vista...<div style="text-align: justify; ">E foi numa terça-feira chuvosa em Barcelona que eu acordei, tomei um banho e fui pro aeroporto. Nem fome eu tinha. Queria chegar logo. Nada de duas horas antes, queria chegar três horas antes, queria chegar o quanto antes. Depois do <i>check in</i> feito e o cartão de embarque em mãos, aí sim fui ter a minha primeira refeição do dia. Manuel sempre ao meu lado, ele é o único hipopótamo lilás do planeta Terra que já esteve na América Latina, Europa e Ásia! O único problema dele é nunca discordar das minhas opiniões...</div><div style="text-align: justify; ">Coloquei os fones de ouvido, mas deixei o Ipod desligado. Quando estou sozinha, gosto de fazer assim. Seja pra me concentrar melhor ao ler um livro ou pra prestar atenção ao que se passa ao meu redor. As pessoas pensam que estou concentrada nas músicas enquanto, na verdade, eu presto atenção na conversa delas. Um casal de espanhóis tenta fazer os dois filhos comerem o que resta no prato. Depois começam a discutir entre eles na frente dos filhos. Quase que eu pedi pro Manuel ir lá, distraí-las enquanto os pais pareciam fazer questão de cada um dizer uma coisa pra deixá-las ainda mais aflitas e choramingonas. Com raiva daquele casal, fui logo pro portão de embarque. Comprei uma barra de chocolate ao leite e continuei a ler um artigo sobre o impacto da globalização na China<i>. </i>O artigo defende que o lado negro da globalização tem se tornado cada vez mais claro aos países em desenvolvimento desde o grande abalo financeiro mundial. Mas se a previsão de crescimento do PIB chinês em 2010 é de 9,5%, onde está a crise para a gigante RPC?</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Gigante. Entrei no aeroporto gigante de Beijing e fui logo buscar um banheiro. A globalização tem feito com que determinados locais disponibilizem também o vaso sanitário ocidental, mas não são a maioria. Por outro lado, a maioria dos banheiros têm porta, mas de que adianta uma porta se a cultura da falta de privacidade permanece? Entrei no banheiro e vi uma mulher sentada de cócoras com as pernas e a porta abertas. Levei um susto e automaticamente pedi desculpas. Ela não deve ter entendido nada, estava apenas conversando com uma amiga enquanto fazia as suas necessidades. Quando o assunto é cultura, certo e errado são palavras que perdem seu valor. As chinesas dizem que o banheiro delas é mais higiênico que o nosso porque não sentam no vaso. Bem, nós também não sentamos naqueles que não sejam o da nossa própria casa. Difícil foi eu me acostumar... Nem sempre a minha mira funcionava muito bem e teve uma vez que só depois que eu já estava terminando, vi meu xixi atravessando a porta... Me vesti correndo, dei um pulo pra desviar da água que saiu do meu próprio ser e nem sequer olhei pras pessoas de tanta vergonha. Depois de pisar em xixi e sair sem lavar as mãos, eu ainda não entendia como aquele banheiro poderia ser mais higiênico que o nosso. Talvez deveria ter deixado a porta aberta também... pelo menos assim, estaria mais atenta.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Gostaria de dizer que não gosto de generalizações... então, não estou dizendo que os chineses não tomam banho ou dão menos importância a higiene pessoal que nós, ok? Mas o fato é que tanto no vôo Estambul-Beijing como no regresso, a região onde os chineses sentaram fedia a chulé. E digo a região mesmo porque nos dois vôos eles eram colocados juntos, nos últimos assentos do avião. Na ida, nem havia me dado conta disso e passei as intermináveis 9 horas ao lado de um deles. Achava que o cheiro advinha dessa pessoa em específico e nem me atrevi a tentar mudar de lugar porque o vôo estava cheio. Mas na volta, me colocaram mais na frente e quando decidi caminhar pelo avião para esticar as pernas, senti aquele mesmo cheiro da vinda quando passei pelas poltronas do fundão... e aí, as coisas pareceram fazer sentido. E eu não senti mal cheiro quando conheci chineses nos bares, quando passei por eles nos templos... nem no metrô senti um cheiro tão forte como no avião.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Mas se for pra falar do hábito que me incomodou mais, foi o de expelir saliva ao meio ambiente. E não pelo cuspe em si porque já vi muita gente cuspindo pelo mundo afora. Só que o meu cérebro só recebia a informação "cuspe no chão" se eu tivesse a infelicidade de ver este alguém cuspindo. Na China, parece que eles fazem questão de avisar: "Olha o cuspe chegando aó genteee!" porque emitem um barulho estrondoso antes de atirar. Então, mesmo que a pessoa não esteja ao alcance dos seus olhos, você vai escutar e imaginar o que vem por aí...!</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Também não me esqueço do susto que levei quando limpei o salão (nossa, expressão típica da minha mãe essa!) no meu primeiro banho em Beijing. Eu fiquei olhando, olhando a minha meleca cor de carvão por 5 minutos! Não conseguia acreditar que ela pudesse ter aquela cor... A verdade é que a poluição de Beijing é facil de se ver e sentir. Ela faz com que o Sol pareça a Lua porque durante o dia o que via era uma bola laranja ao invés do clarão que se espalha pela atmosfera. Os raios solares são bloqueados por fumaça e pó. E se quando cheguei por lá pensei que havia tido o azar de me deparar com um dia nublado de inverno, percebi ao longo dos dias que nublada é a cidade de Beijing: seja com sol, chuva, neblina ou neve. Mais que isso, se ler nos noticiários deste lado do mundo que Copenhague representou o fracasso da gestão da ONU, foi em Beijing que todas essas críticas tiveram outro significado pra mim. Senti na pele o drama da impotência dos organizadores por não conseguir conciliar as exigências dos 193 países e agora levanto a bandeira com mais força ao dizer que o dragão chinês necessita de ajuda a curto prazo para diminuir a emissão de poluentes.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Muitas pessoas comentaram comigo que deveria levar a mala vazia pra China. Ahhh por que lá deve ser o paraíso das compras! Se aquilo ali é o paraíso, eu definitavemente prefiro ir pro inferno. Ou quem sabe trabalhar mais pra poder continuar comprando numa loja normal e não ter que barganhar tanto... No Silk Market, ou Mercado de Seda, time means saving money! Definetly! Quanto mais tempo você tem pra barganhar com as chinesas, mais barato o produto sai. Um produto que a princípio é ofertado por 900 yuans pode sair, após 5 minutos de conversa, 500 yuans. Após 30 minutos: 200 yuans. E foi assim com as botas de inverno que comprei com minha companheira de viagem, Sylvia. A chinesa disse que os dois pares sairiam por 1800 yuans, eu sugeri 1000 e ela aceitou. Eu já estava com os 500 yuans em mãos, feliz de ter conseguido o descontão e a Sylvia olhou pra mim e disse: "- Ju, você não sabe comprar na China... tá louca? Precisamos baixar mais!!!", até que ela alcançou o valor de 225 yuans por cada par e eu saí boquiaberta por ter pago 22,50€ pelas botas que salvaram meus dedões do pé do congelamento...</div><div style="text-align: justify; ">Além de cansativo, eu me segurava pra não rir durante a compra. Como o inglês de muitas vendedoras ainda é fraco, elas respondiam muitas frases feitas. Observe o diálogo entre eu e a vendedora para comprar uma carteira.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">- I'd like this red wallet. How much does it cost?</div><div style="text-align: justify; ">E então, ela marca na calculadora e me mostra: 80 (yuans).</div><div style="text-align: justify; ">Eu faço cara de reprovação, apago os 80 e marco 60 na calculadora.</div><div style="text-align: justify; ">Ela olha pra mim com cara de choro e diz: - You're breaking my heaaaart!!!</div><div style="text-align: justify; ">Eu me seguro pra não rir e respondo: - I wanna be your friend, honey! Why would I break your heart??? Com cara de Kate Winslet vendo o Leo di Caprio partir... - Do you wanna be my friend? Let's make a deal, disse eu assertiva já me achando uma expert em compras na China.</div><div style="text-align: justify; ">Ela marca 70 e eu agora marco 50. Ela agora faz cara de brava e diz: - Are you kidding me? This is good leather, look girl, good leather!!! Então, ela faz cara de quem comeu e não gostou e busca um isqueiro e o acende na minha frente, passando o fogo pela carteira pra me impressionar... Eu digo pra ela que não tenho 70, só 50.</div><div style="text-align: justify; ">Aí ela pergunta: - Do you have a boyfriend? You're so pretty, ask your boyfriend more money.</div><div style="text-align: justify; ">- No no no boyfriend! I've 50 yuans and I've to go now. Byeee!!!</div><div style="text-align: justify; ">Eu vou saindo e a chinesa me puxa pelo braço e diz - Ok, ok! You're my friend. I can make this offer for you... Levei minha carteira por 5€ e ainda teve gente que disse que fui mole. Podia ter conseguido por três...</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">A visita ao Mercado de Seda me fez refletir sobre o valor e a veracidade das coisas. Afinal, será mesmo que eu comprei uma carteira de couro? E a mão de obra delas, quanto vale? E a hora de trabalho das vendedoras, tem preço? Quanto vale o tempo que eu disponibilizo pra baixar o preço de um produto? Não seria mais rico estar caminhando pelas ruas de Beijing? E será que vale a pena comprar aquele produto simplesmente porque é barato? Não mesmo. Mais uma vez e especialmente desta vez me senti uma idiota perdendo meu tempo fazendo compras. Comprei duas botas, dois casacos e uma carteira. E mesmo só tendo comprado o que precisava, meus tico e teco poderiam ter sido melhor aproveitados nesses minutos...</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Quando quis comprar uma saia, fui num shopping mesmo, ao U-Center. Ahhh estava feliz e contente que não tinha nenhuma chinesa me tocando e gritando pelos corredores como no Silk Market. Escolhi uma saia e pedi meu tamanho a vendedora: M. Ela trouxe o M e não passou do joelho. Bem, vai que é o modelo, né? Pedi logo a L. Só que a Large não passou do quadril. E pela primeira vez na minha vida comprei uma roupa Extra Large. Tudo bem que de fato preciso baixar uns 3, 4 kilinhos, mas comprar roupa com o padrão chinês pode gerar depressão... saí da loja com fome e quase arrisquei uma salada de polvo. É... o que a economia, prédios, estradas, templos e dagrões têm de grande na China, os chineses têm de pequenos. Não tem como comparar a estrutura das brasileironas com o corpo das chinesinhas. Comi noodles mesmo, oras, tinha fome!</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Falando em comida, eu perdi as contas de quantas vezes me perguntaram se eu comi cachorro em Pequim. Vou responder igual a Fê: - Pode ser que tenha comido e não saiba... Como a maioria dos cardápios estão escritos apenas em chinês o que nos ajudava a fazer o pedido eram as fotos. Mas, mesmo assim, em 50% das vezes, eu não conseguia identificar os ingredientes nem na foto e nem depois de ver-los e degustar-los! O que posso dizer é que a comida é sim diferente da chinesa que comemos no Brasil, Portugal e Espanha. Muitos dos pratos são apimentados e como a escolha era sempre no chute, o agrado também vinha com a sorte. Às vezes achava delicioso! Outras vezes não conseguia terminar. Provei ao máximo a gastronomia chinesa e coreana, que representavam uma novidade pra mim, mas também comi pizza, salada, cheescake, burritos e sushis. Até padaria francesa já tem por lá... mas eu deixo aqui a minha opnião: não chega aos pés de uma padaria francesa de verdade... de qualquer forma, imitar é o forte deles! E cada dia que passa, há mais imitação do mundo todo por lá.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Este post traz o que vi, vivi e provei em Beijing das 17h do dia 23 de Dezembro às 15h do dia 24. Fique tranquilo: não farei um post para os 15 dias! Infelizmente, não tenho tempo pra isso. Queria apenas que vocês sentissem um pouco quantas coisas me chamaram atenção em tão pouco tempo...</div><div style="text-align: justify; ">No próximo post, há que trazer o conteúdo menos perceptível, menos visível. Há que se falar de política, de crenças e valores, de linguagem verbal e não-verbal, de arte e sentimentos. E, claro, de quem os carrega e os faz existir: o povo chinês.</div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-75585503103166745272009-12-07T16:20:00.012+01:002009-12-14T14:50:49.215+01:00Vou visitar 李芳 = Li Fang!<div style="text-align: justify;">Como este fim de ano eu já sabia que não ia ao Brasil e meus pais não vem me visitar como no ano passado, só me restava uma outra boa opção: conhecer mais uma cidade! Planejar uma viagem com a Cary (baiana querida que morou comigo em Coimbra) e/ou com mais alguns amigos(as) do master a alguma cidade que ainda não conhecemos aqui pela Europa era minha primeira e, sem sombra de dúvida, ótima possibilidade! Inclusive porque, claro, há milhares de cidades que eu ainda não conheço e estou louca pra encontrar-las logo, entre elas: Berlim, Budapeste, Praga e Amsterdam... </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Bem, só que daí a Li Fang não parou de me enviar e-mails me pedindo pra visitá-la na China. Não não não, a Li Fang não é nenhuma amiga chinesa que conheci pelas minhas andanças pelo mundo, ela é brasileira mesmo, lá de Santa Catarina e nos conhecemos em 2005. Eu, ela e mais três pessoas havíamos conseguido uma bolsa pra estudar durante um semestre na Universidade McGill, Montréal, Canadá. Eu comecei a buscar essas pessoas para conhecê-las antes de viajar. A Fernanda - é assim que ela se chama no Brasil - foi a que respondeu ao meu e-mail de maneira mais rápida e carinhosa. Disse que queria sim me conhecer antes de ir e que adoraria poder planejar viagens comigo. Mas, segundo ela, isso deveria ser feito logo e infelizmente deveria ser um único encontro porque como já estávamos em finais de junho e em agosto já deveríamos ir a Montréal, ela passaria o mês de julho em Floripa com a família. Então, em uma simples conversa por telefone, com muita empolgação e vontade de aproveitar o tempo da melhor forma, decidimos: vamos comprar a passagem juntas pra Montréal, chegamos juntas, ficamos no mesmo hostel, buscamos um lugar pra morar juntas, moramos juntas e viajaremos para NYC e Washington DC antes das aulas começarem. Pronto, decisão feita, nos encontramos pela primeira vez na agência de intercâmbio CI da 405 norte (agora fica na 211, se não me engano...) pra comprar as passagens. Compramos e de lá fomos almoçar no Naturetto (sim, eu já era frequentadora assídua do investimento do Tobias há muito tempo =). Nesse primeiro encontro, mal tivemos tempo de conversar direito e foi no dia do embarque, 5 de agosto ou por aí, que entramos no aeroporto e as 12 horas de viagem passaram que eu nem vi... era eu e ela se descobrindo, contando histórias marcantes da nossa infância e adolescência, dos momentos inesquecíveis e dos sonhos pessoais e sociais que ainda almejávamos alcançar, ver e viver.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A nossa amizade foi se consolidando ao longo desses meses de maneira super intensa, respeitando o momento, o espaço e as diferenças de cada uma. Depois que as aulas na McGill terminaram, como a UnB entrou em greve, decidimos (como era mais barato e eu não tinha idéeeia de qndo poderia voltar a Europa novamente), planejamos nosso primeiro mochilão pela ZoRopAaa!!! (É tão louco lembrar que naquela época eu realmente achava que não voltaria pra cá nem tão cedo...) Foi com a Fê, o irmão da Fê (Felipe), a prima da Fê (Mari), uma amiga da Fê (Manuuu) e o ex namorado da Manu que partimos para a esperada viagem a Londres, Barcelona, Roma e Paris. E Barça foi a cidade escolhida pra entrar 2006 com o pé direito. Fizemos uma reserva num restaurante no Porto Olímpico e todas as vezes que passo por ali e pelos lugares que estivemos, lembro como se fosse ontem de cada detalhe, do que comi no jantar, do momento do brinde, da gente buscando um orelhão pra ligar pros nossos pais, até a correria pela praia, todos gritando de alegria pra espantar o frio. Dançamos até o sol nascer e esses momentos todos fizeram minha relação com a Fê cada vez mais forte e a vontade de conhecer a Europa mais a fundo, também.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim como eu, a Fê também queria voltar a viver fora depois de se formar na UnB. Só que ela buscou opções nos Estados Unidos. Desde o ano passado está fazendo um mestrado em Relações Internacionais em Syracuse, maaaaaaaaaas poderia escolher qualquer lugar do mundo pra fazer o último semestre: inclusive uma cidade brasileira, se ela quisesse. A minha amiga escolheu então a capital de um país emergente como o Brasil, que tem chamado cada vez mais atenção de estudiosos de todas as partes, pelo estrondoso crescimento econômico mas por uma democria caracterizada por ainda ter largos passos a percorrer...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">O nome completo da Fernanda na China é</span><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"> </span><span class="Apple-style-span" style=" white-space: pre; font-family:Arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">李芳</span><span class="Apple-style-span" style=" white-space: normal; font-family:Georgia, serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">, mas como esses símbolos não me transmitem qualquer informação sem um google translate por perto, ela explicou: "Ju, se pronuncia Li Fang". E a Fê, pelo menos por alguns meses, virou Li. Tive que pedir o nome, telefone e endereço dela pra pedir o visto.</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Conseguir o visto pra China foi tão enrolado que mereceria outro post! Não pelo trâmite em si porque, na verdade, em 4 dias úteis o visto chega na sua casa, mas especialmente pela minha condição atual: sou uma brasileira, com documento de identidade português que moro na Espanha e quero ir a China... com o documento de identidade português eu não pude pedir o visto em Barcelona e tive que passar uma noite em Lisboa. O que poderia ser uma simples viagem Bcn-Lisboa foi um pouco mais complicado</span> que isso, maaaaaaaas, com o fim do ano chegando, deixemos as complicações de lado e focalizemos nossa atenção ao que é positivo: o visto da china e as passagens já estão em minhas mãos!!! =) Agora, só me falta comprar um bom casaco de menina-esquimó, porque deve fazer abaixo de zero por lá, e trocar alguns €uros por yuans. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É... em 2009 não passarei o Natal perto dos meus amigos e familiares. Não vou participar de amigo oculto, nem ajudar a minha mãe a comprar os presentes. Não tenho a menor idéia de como vamos passar essa noite, mas pode ser que a passemos comendo cachorro no espeto, caminhando pelas ruas de Pequim... por quê não?! Na companhia de uma grande amiga, em uma cidade totalmente nova. E tem opção melhor??? Pra mim, não tem. Estou num momento tão bom de curtir a liberdade que aproveitar as oportunidades exóticas e enriquecedoras que me surgem é o melhor que eu posso fazer! Se preferimos a opção tradicional ou a mais inusitada, isso não importa. Importante mesmo é estar onde queremos estar. E estar bem. Eu me sinto tão bem, mas tão bem que só a Nina Simone pra me ajudar a expressar esse <i>feeling</i> todo...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><img src="http://2.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SyC2mzAEagI/AAAAAAAAQwU/e8diWarjkas/s400/Calaf+com+Ju+769.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5413527529741117954" style="float: left; margin-top: 0px; margin-right: 10px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px; " /><div style="text-align: justify;">"It's a new dawn</div><div style="text-align: justify;">It's a new day</div><div style="text-align: justify;">It's a new life for me</div><div style="text-align: justify;">and I'm feeling gooooood!!!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Oh freedom is mine</div><div style="text-align: justify;">and I know how I feel..."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ju & Li @ Brasilia</div><div style="text-align: justify;">Agosto de 2009</div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-9990048601527881182009-11-14T15:59:00.004+01:002009-11-17T14:02:58.519+01:00Respuesta a una amiga, a la soledad y al miedo<p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Hace dos semanas, recibí un mensaje de una amiga por coreo electrónico. Nos vimos la última vez no hace mucho tiempo, en agosto, cuando estuve de vacaciones en Brasilia. En el mensaje, ella me decía que está pasando por un momento de decisiones difíciles sobre qué hacer de su vida: quiere cambiar de alguna forma pero no sabe en qué aspecto ni cómo. Ella es una gran amiga, una mujer muy fuerte e inteligente y ahora está empezando a pensar en la posibilidad de salir de casa. Entonces, ella me dijo que se acordó de mí para ayudarla. Me sentí súper orgullosa de que ella tenga se acuerdado de mí. En el mensaje, ella me hizo algunas preguntas: “¿Cómo es vivir lejos de tus padres durante dos años?”, “¿Echas mucho de menos a tus amigos de Brasilia?”, “Te sientes muy sola?”, “Como enfrentas los momentos de soledad?”</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Mientras pensaba en cómo iba a contestar a las cuestiones hechas por mi amiga, muchas ideas y reflexiones pasaron por mi cabeza y miles de sentimientos pasaron por mi corazón. Lo que podría ser sólo una conversación entre amigas, se ha convertido en un momento terapéutico.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Estoy segura de que fue mucho más fácil salir de casa por 2 años después de ya haber afrontado esta misma experiencia por menos tiempo en otros periodos. Después de vivir en Toronto durante dos meses en 2004 y en Montreal durante seis meses en 2005, quería salir de Brasil en 2008 no apenas con ganas de hacer un Máster, pero especialmente porque ya imaginaba que sería más una experiencia increíble en términos de maduración y crecimiento personal. O sea, cuando tenemos la posibilidad de enfrentar retos difíciles poco a poco la adaptación es mucho más fácil que cuando los debemos enfrentar de una única vez.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Le dije a mi amiga también que echo mucho de menos a todos mis amigos, por supuesto. Tener un amigo de otra cultura que no sea la tuya, compartir asuntos íntimos con personas que no hablan tu lengua materna es bastante delicado. Tengo, en muchos momentos, una sensación de tristeza y de pérdida (incluso) de los que amo en Brasil. Muchas veces siento, cuando miro sus fotografías y descubro sus novedades, que no estoy participando de la vida de ellos como gustaría. Pero, al mismo tiempo, evito llamar a mis amigos o familiares en Brasil con constancia. También nunca tuve muchas ganas de buscar las asociaciones de brasileños en Portugal o España. És muy fácile encontrar brasileños por las calles y claro que conocí muchos brasileños así, hablando espontáneamente con ellos cuando les escuchaba, pero tampoco me esfuerzo para participar de citas brasileñas. Desde que llegué, me dije a mi misma que solamente sería capaz de construir nuevos lazos aquí si no estuviese conectada a mi país con frecuencia. Creo que vivir con plenitud en otro sitio exige enfrentar la soledad.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Luego, amiga querida, el cambio más doloroso que sufrí en estos meses no se debe acostumbrarme con la cultura, la comida, el clima. Tampoco se refiere a hablar en inglés o español, tener muchos trabajos que hacer o plazos a cumplir. Lo que más me llamó atención en términos de aprendizaje personal fue notar la importancia de la seguridad. Notar que no soy tan segura como pensaba que era. Y tengo notado la presencia de la seguridad en diferentes contextos. La mejor presentación de un trabajo de cualquiera asignatura no fue de aquel colega que yo sabía que había estudiado bastante, sino que de aquel alumno que transmitió más seguridad mientras hablaba y, por esto, explicó todo de forma muy clara y tranquila. Claro que el conocimiento lleva a una mayor seguridad, pero ni siempre es así. Otro ejemplo. Me dé cuenta que los hombres que con quien me interesé por demasiado en toda mi vida fueron los que se demostraron extremamente seguros de ellos mismos y de sus escojas al estar a mi lado. Y esta seguridad me transmitía una confianza que me invitaba a querer estar con ellos por más y más y más tiempo. No estoy hablando de personas con elevadísima alto-estima ni mucho menos snobs, pero de personas de reconocen sus cualidades y defectos y saben vivir consciente de ellos.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Puede parecer raro para ti, querida amiga, decirte esto pero vivir sola me hice llegar a una conclusión interesante: aquí tengo menos amigos, pero siento que tengo más libertad. Pocas fueron las veces que tuve que decidir qué hacer por fines de semana en Brasilia: ya había siempre dos o tres invitaciones para fiesta en la casa de uno, cumple de otra, cena con mis amigos del inglés, cine con los amigos del francés, longos almuerzos con mi papa o mama y barbacoas con la familia. Aquí, abro los periódicos y me pregunto: ¿para dónde me voy hoy? Me deparé con el miedo en muchos momentos que no quería quedarme en casa y no tenía otra opción. Poco a poco sentí que al revés de tener simplemente que buscar algo que hacer en casa y sentirme sola, podría hacer lo que quiero. Tomar una ducha, arreglarme, y salir: ir al cine, a un concierto o comer en un bueno restaurante. Puedo y no hay razón para tener miedo de ir para dónde quiera, independiente de la compañía ser mis propios deseos. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Siempre me gustó estar sola por las tardes en mi casa, pero no estaba acostumbrada a salir sola. Creo que esto se debe también a la organización y socio estructura de Brasilia, de los bares y restaurantes (que no tienen balcón) y especialmente a la cultura brasileña que no valora la experiencia de aprovechar momentos solos. Imagino que esto va cambiar y ya está cambiando como consecuencia de la coyuntura actual. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Amiga, en algunos momentos, tomar la decisión de salir sola fue muy fácil. Ya salí y aproveché mucho diversas noches especialmente en Gràcia donde vivo y que me ofrece muchas buenas opciones. Pero, en otros muchos momentos tuve que crear una fuerza, a cual aquí llamo de seguridad para enfrentar los miedos que me surgieron en los momentos que en que no tuve nadie para compartir mis novedades o hacerme compañía. Y hasta hoy es así: algunas veces ya llego en casa con todas las ganas de salir muy pronto como hay otras en que miro por la ventana y me quedo indecisa sin saber qué hacer. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Aprendí y tengo aprendido que la experiencia de vivir en profundidad (sea donde sea: en nuestra ciudad o en cualquiera) exige que sepamos sentirnos solos y este aprendizaje es inmensurable. Más que esto, nos ayuda a que sepamos relacionarnos con otras personas. Hoy, estoy segura de que no hay nada mejor en la vida que estar cerca de las personas que amamos. Mejor que esto es estar cerca de ellos después de ter vivido momentos en que fui capaz de aprovechar la vida, sentirme bien y manejar desafíos sin la presencia o ayuda de ellos.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><o:p><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Amiga, no sé si te ayudé, pero necesito decirte que las preguntas que me hiciste me inspiraron muchísimo. Te echo mucho de menos, pero ya sabes porqué no te busco tanto. Quédate tranquila que sobre mis cambios y novedades más fuertes serán compartidos contigo. Y espero que tú hagas lo mismo. =)</span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: right" align="right"><span lang="ES-TRAD" style="LINE-HEIGHT: 115%;font-size:12;" ><span class="Apple-style-span" style="font-family:georgia;">Un fuerte abrazo, Ju.</span></span></p>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-37491227532693188722009-10-18T22:01:00.012+02:002009-11-01T23:36:26.529+01:00Passando a limpo.<div style="text-align: justify;">No mesmo dia ou no dia seguinte que eu cheguei em Barcelona perguntei a Sara, espanhola que mora no apto há mais tempo: "- Então, como vocês fazem com a limpeza?" Afinal, é sempre bom saber as regras da casa e era eu quem tinha acabado de chegar. Ela olhou pra mim com uma cara de "tá achando que eu sou sua mãe, minha filha?" e respondeu:</div><div style="text-align: justify;">- A gente não tem regras. Cada um limpa o que quer, quando quer de acordo com seu bom senso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fiquei com aquela cara de "huuuuum... e se o meu bom senso não for igual ao seu?" e respondi: "ah tá... melhor assim!" e saiu um hehe meio sem graça. A resposta da galega me deixou confusa sobre como agir dali pra frente. Especialmente porque eu não me sentia em casa ainda. Entrava no banheiro e pensava "mas não somos 4? Pq tem 6 escovas de dentes no pote se eu ainda não coloquei a minha?" De quem são esses cremes, essas toalhas e essas coias espalhadas.... ahhhh eu moro com um homem! Tinha esquecido... há de acostumar-se.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Levou algumas semanas até eu ter coragem de limpar o banheiro. Pra mim, não estava limpo. Não sei se é a influência do amor pela fera felina que convive conosco, mas eu achava que a limpeza deles era meio de gato, sabe? Não tiram as coisas para passar o pano, que estranho...</div><div style="text-align: justify;">Até que um dia, eu decidi intervir. Escolhi uma bela tarde catalana de dijous em que não houvesse ninguém em casa para me sentir mais à vontade. Secos e Molhados nas alturas e lá fui eu cantarelando começar o trabalho... Primeiro, tira o tapete, balança, revista, lixo, a estante dos cremes e põe tudo no corredor. Depois tira tudo de cima da pia e passa pro quarto ao lado: o sabonete líquido, as pastas de dente, o pote com as escovas de aaaaaaarghhhhh! É, foi mais ou menos essa a minha reação quando eu, sei querer (uma variação do sem querer, quando estás consciente do que o seu inconsciente queria fazer), olhei o que havia ali, no fundo do pote vermelho das escovas de dente: um liquído gosmento e espesso amarelo-citrino. (Caro leitor, recomenda-se não comer até o fim das próximas linhas). E foi entre o nojo receoso de olhar <i>y las fuertes ganas de limpiar</i> que eu usei três produtos, um pano e alguns pedaços de papel para deixar o pote todo vermelho!</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E com e ao som de Sangue Latino, limpei a pia, o vaso sanitário por dentro e por fora e o espelho com um produto especial e o jornal. O nosso espelho tem uma moldura grossa ao redor e não sei porquê (lá vem o bendito comportamento inexplicável, lembram?) decidi passar o pano na parte de cima da moldura. Naquela parte que ninguém vê, sabe? Pra quê, menina? Me diz, por quê você tem esses comportamentos? Por quê não estava tomando um sorvete na Plaza de Gràcia naquele momento? Negro-azulado e preto-amarronzado, joguei o pano diretamente na <i>basura</i>, como dizem os espanhóis. Depois veio o box! Esfrega, esfrega, esfrega e canta bem alto pra fazer mais força! Por fim, a linda estilosa e delgada vassoura!!! É que eu sou a única que dou valor a pobrecita aqui em casa. Os espanhóis preferem usar o aspirador para limpar o chão. No meu ap em Bsb, aspirador sempre serviu pra limpar tapete e não cerâmica. Que me chamem de mulher do arco da velha, eu ainda prefiro a elegante vassoura ao desengonçado e barulhento aspirador. Acho que é porque gosto de ver o resultado do meu esforço: aquela cabelada toda misturada com a poeira, a unha de um, os pêlos do outro e os do Muxi pra completar... tudo pra pá já! Bem, daí, venho na contramão com um esfregão e um produto beeem cheiroso para dar o toque final. E tem que ser esfregão mesmo porque os banheiros da Europa, até onde eu me lembro, não tem ralo. Ou seja, nada do prazer de deleitar água com sabão no chão. E enquanto ele seca, escolho a roupa que vou vestir. Devolvo todas os objetos do corredor para o novo cômodo da casa (é que, modéstia à parte, parece novo mesmo), pego minha toalha e vou pro banho. <i>Por supuesto hombre!!! Ahora, quien necesita de una limpieza soy yo! ;)</i></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É claro que eu fiquei pensando que eles iam me achar uma obsessiva-compulsiva por limpeza, mas desde aquele dia eles admiram o resultado. Fiquei tão contente que eles tenham observado a diferença que agora faço questão de entrar em ação quando eles aqui estão! E continuo colocando uma musiquinha pra eles verem que limpar um banheiro pode até ser divertido. Mas o que eu ainda tenho observado é a influência do gato na limpeza do casal...</div><div style="text-align: center;"><br /><div style="text-align: center;"><img src="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Su160C-1NuI/AAAAAAAAQlo/Djy5UE3-y3M/s400/DSC02797.JPG" /></div><div style="text-align: center;">O culpado...</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><img src="http://2.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Su17kvvQ6uI/AAAAAAAAQlw/rCIUkv7Lm_M/s400/DSC02798.JPG" /></div><div style="text-align: center;">O resultado! =)</div></div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-29515972861574163022009-10-06T21:53:00.010+02:002009-10-18T18:11:43.916+02:00Sobre e para ela: a minha mãe<div style="text-align: justify;">Eu lembro como se fosse ontem. Tinha por volta dos meus 15 anos e estudava inglês na Thomas, ali na L2 norte. A mamãe, naquela época, já coordenava o Projeto Com-Vivência, no Hospital Universitário de Brasília. O projeto oferece atendimento a portadores do vírus HIV/Aids e seus familiares e, por ser um projeto de extensão, capacita alunos para realizar os atendimentos com base na teoria e prática da Psicologia da Saúde. Neste dia, como eu estava com preguiça de voltar pra casa andando, caminhei da Thomas só até o HUB e fiquei esperando pra voltar com a momis. Sentada na sala de espera e folheando uma revista, entra uma mulher alta, morena, com notável sobrepeso, aos prantos. A minha mãe aparece e a mulher enorme a abraça. O choro entre soluços me causou tristeza e espanto, mas a cena também era engraçada porque a mulher tinha os ombros, braços e pernas tão grandes e largos que ao abraçar a minha pequenina momis de 1,58 metros de altura, a cobria por inteiro e eu não era mais capaz de vê-la. A psicóloga então se afasta, reaparece na cena e convida a mulher chorosa a entrar em outra sala.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando estávamos no estacionamento, finalmente pude perguntar: </div><div style="text-align: justify;">- Momis, o que foi que aconteceu?</div><div style="text-align: justify;">- Ah, filha, aquela é a irmã de um paciente nosso, que tem HIV. Ele desapareu. Ele desaparece de vez em quando.</div><div style="text-align: justify;">- Nossa! E enquanto eu estava imaginando o quão aflita aquela mulher deveria estar, a momis continuou...</div><div style="text-align: justify;">- Ele é travesti, trabalha como garoto de programa, usa drogas injetáveis e desaparece muitas vezes, mas a gente espera que ele volte, como das outras vezes...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nessa época, eu ainda não tinha decidido fazer o curso de psicologia mas já admirava a psicóloga que me trouxe ao mundo. Ficava impressionada com a tranqüilidade, afeto e persistência que ela tinha para conversar com os pacientes, lidar com a morte de muitos deles e enfrentar situações como essas todas as semanas, durante anos. E assim, enquanto amadurecia, observava que trabalhar poderia envolver lutar em prol da qualidade de vida daqueles que, um dia, infelizmente, por diferentes motivos, receberam um pesadelo chamado vírus que impede muitos deles de continuar a sonhar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Também me lembro de outra história. Lembro dela me contando como faz pra ensinar senhoras a medicar os netinhos que tem o vírus. Porque, muitas vezes, a mãe portadora passa pro bebê, mas não resiste por muito tempo. Então, são as vovós as responsáveis por gerenciar a quantidade de remédios que aqueles pequenos têm que tomar. Como fazer a criança entender que ela precisa ingerir todas aquelas pílulas num único dia para todo o sempre? Como não deixar os coleguinhas e seus respectivos pais saberem o motivo (para evitar o preconceito)? E se as vovós forem analfabetas, como simplesmente entregar a receita se elas não sabem o que aqueles símbolos juntos querem dizer? Não tem problema, a momis e os demais do grupo com-vivência têm paciência. Eles desenham o sol e a lua, relógios e objetos de diferentes cores. E sugerem que em contextos sociais, numa festinha, na escola, o ideal é combinar com os pequenos que é hora de tomar água, de ir ao banheiro, pra não chamar a atenção dos demais e não perder a hora certa do medicamento.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Enquanto eu me preocupava com o PAS, com qual curso marcar ao me inscrever pra prova e com as espinhas que brincavam de campo minado na minha cara, os relatos das vivências da minha mãe na sala 1 do corredor laranja do HUB me davam um banho de água fria para alertar que a vida é muito mais cruel e dura do que eu imaginava. A forma como a minha mãe comentava e criticava as suas histórias, as dos outros ou a dos sensacionalistas telejornais sempre tinham esse tom de me chamar pro mundo real, me incentivar a fazer um trabalho social, pensar nos outros, de não apenas saber dividir, como gostar de compartir, de poder sonhar, mas de não viver em um conto de fadas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Também me lembro da energia da momis, que muitas vezes, durante a minha adolescência, superava a minha! Lembro dela saindo dia de quinta-feira pra dançar, na sexta ia pro bar, sábado pro Clube do choro, domingo pra Academia de tênis. Culta, antenada e independente, tinha dias que ela olhava pra mim, sentada na escrivaninha do meu quarto e dizia:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">- Milha filha, mas o que que é isso??? Você tá estudando até agora? Dá pra parar de estudar um pouco, por favor?! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi com ela que eu aprendi na prática, desde cedo, a teoria de que o que somos obrigados a fazer não fazemos com gosto. Porque a motivação precisa ser intrínseca e não extrínseca ( quando depende de uma recompensa: dinheiro, permissão pra sair com os amiguinhos, etc). Nunca fui repreendida por uma nota baixa, nunca deixei de sair quando quis, nunca fui exageradamente admirada por notas altas. Creio que por isso aprendi a estudar pra mim e não pros meus pais, nem pra mais ninguém.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Filha mais velha de uma ninhada de dois casais, me lembro também que a Lili (como a momis era chamada pelos irmãos) não se cansava de incentivar a união da família. Desde que eu me dou por gente até o dia que a vovó Marília nos deixou, tinha encontro na casa da vovó aos domingos, no fim-da-tarde. E aíiii de mim se eu dissesse que não queria ir. Pelo menos não precisávamos de muita coisa: um monte de mixto quente com coca-cola, tios, tias, primos e primas e a vovó juntos era suficiente para começarmos a semana com bom humor. Brincávamos de gato mia, esconde-esconde e também gostávamos de deixar o Faustão no mudo, enquanto o nosso primo fera gigante falava por ele, criando histórias e deixando eu e as minhas primas com dor de barriga de tanto rir.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ahhh, também me lembro, pelo menos duas vezes por ano a Lili estava lá, com o guia na mão pra organizar uma viagem em família. Caldas Novas, Pirinópolis, São Jorge e Goiás Velho eram as cidades que mais entravam no roteiro. E a galera da turma da vovó Marília ia toda reunida, ao som de Rollings Stones e Jorge Ben, tomar banho de canhoeira gelado, enfrentar as trilhas do cerrado e comer frango com quiabo! Ôoo delíiiiciaaa... é nessas horas que a saudade bate e a gente tem vontade de dizer: eu era feliz e não sabia!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas, apesar de todos esses incentivos com a família toda, no dia-a-dia, em casa, a família era eu e ela. O papai sempre sempre esteve presente e nos víamos todos os finais-de-semana, mas sempre morei com ela. E se antes eu não entendia algumas das suas decisões, hoje as levo comigo. No meu quarto, nunca entrou televisão. Não pela inutilidade da máquina em si (sobre a qual fui avisada), hoje eu entendo que a momis entendia que brigar pela escolha do canal é uma vivência em família. E enquanto ela via o noticiário, eu coloca no Chaves na hora do intervalo e sempre rolava uma briguinha. Se eu tivesse minha própria TV, teria visto mais Chaves, mas também teria ficado menos tempo com a minha mãe e teria conversado menos, por mais que entre as conversas estivesse a disputa pelo filme, pela novela, pela jornal ou programa do Jô.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A hora do almoço ela também fazia questão que a passássemos em família (e esse é um hábito dos brasileiros que eu adoro e que sinto falta)! Aconteça o que acontecer, almoçávamos juntas. Durante o segundo grau, foi super complicado porque chegava do sigma às 13:10, 13:15 e ela tinha estar no trabalho às 14h. Então, ficava pronta, já maquiada e com tudo arrumado apenas me esperando pra almoçar comigo, para perguntar como foi a manhã na escola, pra estar mais perto e não apenas pra conferir o quanto de verdura e legumes eu comi.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">São por essas e outras lembranças que a minha mãe me ensinou que o sentimento de pertencer a uma família não depende do número de pessoas que a compõem, mas simplesmente das vivências que envolvem ceder, compartilhar e reunir. Mesmo que a reunião seja simplesmente um par de gente! =).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Momis, no dia em que você completa mais um ano de vida quero te agradecer por dar sentido à minha vida, por me ensinar o que é fazer parte de uma família e por me despertar a vontade de viver intensamente o sonho de gerar novas vidas e de construir mais uma família unida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Deixo de presente uma foto nossa que eu adoro: você vestida de Mangueira pra não esquecer que você é Garota de Botafogo, muito mais forte e guerreira que a de Ipanema, mas que também enche o mundo de graça quando passa...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Feliz aniversário, momis! Te amo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SsvF8J2_3JI/AAAAAAAAQP8/E2znmucbocM/s1600-h/de+ser+mangueira.jpg"><img src="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SsvF8J2_3JI/AAAAAAAAQP8/E2znmucbocM/s400/de+ser+mangueira.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5389619016308350098" style="display: block; margin-top: 0px; margin-right: auto; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 287px; " /></a></div><div style="text-align: justify;"> </div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-3985507786311053642009-09-28T14:28:00.005+02:002009-09-28T21:43:01.283+02:00Chinês-norte-americano<div style="text-align: justify;">Tem horas que cansa ler, escrever, resumir artigos. Então, pra relaxar e não parar de trabalhar, lá vai eu fazer uma atividade que eu adoro: pesquisar novos artigos! E foi numa tarde de abril deste ano que lá estava eu, na biblioteca que eu mais gosto de estudar: Jaume Foster, em Lesseps, buscando artigos. Palavras-chave pra lá, cliques pra cá, me aparece um artigo interessantíssimo: <i>Profiling retirees in the retirement transition and adjustment process: Examining the longitudinal change patterns of retirees' phychological well-being. </i>Publicado na <i>Journal of Applied Psychology</i>, o texto me chamou tanta atenção que eu decidi pesquisar sobre quem o escreveu. 29 anos, atual professor da Universidade de Maryland (uma das melhores em Psicologia Organizacional), completou 2 Doutorados com 26 anos pela Bowling Green University e possui três anos de experiência na Universidade de Portland). Em poucas palavras, o cara me parecia um gênio. Por motivos de segurança pessoal, o nome do chinês-norte-americano não será citado neste post. ;) Apesar de ainda me confundir muito com os nomes chineses, quando vi o dele, me dei conta de que aquele nome não me era estranho!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Neste Master da Universidade de Barcelona, as disciplinas não começam e terminam ao mesmo tempo. São como módulos que duram um mês ou um bimestre. Abri meu calendário de aulas do primeiro semestre de 2009 e lá estava o nome dele. O chinês-norte-americano que é uma das maiores referências na área de aposentadoria seria meu professor em junho. Pense numa mestranda feliz! Na mesma hora, peguei o e-mail do renomado professor e lhe escrevi. Me apresentei, disse que já tinha encontrado um dos seus artigos, teci elogios e manifestei minha elevada expectativa em conhecê-lo. Ele prontamente me respondeu, de forma objetiva mas ao mesmo tempo solícita enviando todos os artigos e capítulos de livros (publicado e em revisão) que já havia escrito até o momento. Voltei pra casa com o sorriso largo de uma assumida nerd que não nega a vontade de um dia ser professora. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em junho, chegou o grande momento. Cheguei cedo na aula, contente, insegura e com dor de barriga (conseqüência fisiológica do estresse que mais me incomoda. ps.: eu devia ter vergonha de dizer essas coisas =). Pra diminuir os efeitos colaterais, levei um <a href="http://www.gerontologyarena.com/books/Aging-and-Work-in-the-21st-Century-isbn9780805857269">livro</a> onde ele publicou um capítulo. A idéia surtiu melhor efeito do que eu esperava. O professor entrou na sala, me viu sentada com o livro à minha frente e disse: "Wow! You have this book! You're just my favorite student." Não precisava ser assim na frente de todo mundo, mas a dor de barriga foi logo embora.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As aulas começaram e as qualidades do chinês eram nítidas. Cada teoria era apresentada com um exemplo prático depois, as aulas eram dinâmicas, o inglês dele é muito bom (todo mundo estava com medo do inglês do chinês, depois de ter passado um australiano que fala baixo e pra dentro) e disse logo na primeira aula que não gosta de ser severo nas avaliações. No mais, nos pareceu uma pessoa super sociável. Seja porque não conhecia ninguém na Espanha ou porque não falava espanhol, ele estava sempre perguntando quais eram nossos planos pro final-de-semana e não apenas disse como foi encontrar com a gente mais de uma vez.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No entanto, havia certos comportamentos do tal professor que me incomodavam. Mesmo durante a apresentação dos alunos, ele não deixava de trabalhar. Estava sempre com seu notebook, e ficava lendo enquanto os alunos apresentavam. O que dava raiva é que caso o aluno(a) dissesse alguma informação errada ou incompleta, ele virava, interrompia e explicava. Mas o fato dele não olhar pra cara dos alunos me soava como desprezo, como "estou presenciando mais uma apresentação depois de 1000". Também não gostava da forma como ele perguntava aos alunos, uma forma mais que direta, mais pra agressiva, de como quem tira o revólver do bolso e diz: "Mãos ao alto, o que é dissonância cognitiva, fale agora ou cale-se para sempre"! E eu reparava que a maioria dos alunos se sentiam incomodados com isso. No Brasil, em Portugal e na Espanha, estamos acostumados a debater um assunto, mesmo sendo ele um conceito. Já o chinês queria todas as respostas ali, na ponta da língua. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além disso, me chamou atenção o valor que o cara dá a dinheiro: disse quanto ganha no primeiro dia de aula pra turma toda e tudo que ele qualificava como bom nessa vida, dizia que dava todooo o dinheiro que tem pra ter aquilo. Um dia, na casa da Sabrina, fazendo esquenta antes de sair pra praia no dia de Sant Joan, ele disse que daria todo o dinheiro que tem pra ter uma casa na França e casar com uma francesa... afffff, depois desse comentário, pra não me desanimar mais, eu saí à francesa da conversa. Só pra completar, ele diz que ama o sistema capitalista porque por ser chinês ele pode sim dizer que apenas o capitalismo oferece as mesmas oportunidades a todos e, segundo ele, os Estados Unidos da América é o único lugar do mundo em que a teoria e a prática da Psicologia dos Recursos Humanos mais se aproximam. Segundo ele, só na terra do Tio Sam as grandes empresas investem nas Universidades e um aluno com um U.S.A PhD saí da universidade com 3, 4 grandes oportunidades de emprego. E foi por esse toque materialista excessivo e de louvor aos EUA que eu apelidei o chinês de norte-americano. Porque se não fossem os olhos puxados, eu diria que ele nasceu nos States e não votou no Obama nas últimas eleições.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Porém, incômodos à parte e como ninguém é perfeito, eu não esquecia que o professor é um excelente pesquisador na área que pretendo continuar pesquisando e, por isso, tinha que aproveitar as poucas semanas que ele estaria em Barcelona pra aprender muito com ele. Solicitei, então, reuniões com o professor em horários extra-classe pra mostrar o meu projeto de pesquisa. Ele me ajudou muito, me abriu os olhos pra detalhes que eu não havia reparado e nessas e outras, também por conta da sua admiração obsessiva pelos Estados Unidos, disse que o melhor que eu tinha a fazer naquele momento era terminar logo de escrever essa coisa (vulgo dissertação), e me preparar pra fazer o doutorado aonde??? advinha!!! Pois bem, O cara disse simplesmente T-U-D-O o que eu precisaria pra conseguir um PhD no US: TOEFL, <a href="http://www.ets.org/portal/site/ets/menuitem.fab2360b1645a1de9b3a0779f1751509/?vgnextoid=b195e3b5f64f4010VgnVCM10000022f95190RCRD">GRE</a>, boas notas no mestrado, 3 cartas de recomendação (de preferência 2 de professores norte-americanos), publicações em Congressos, artigos publicados, essas coisas... Então, explicou que o GRE não é um teste fácil e que seria uma boa opção fazer um curso preparatório antes de me inscrever. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nesses dias, peguei as informações sobre o referido teste, estudei que nem uma condenada pra disciplina dele, fiz a apresentação com uma dor de barriga dos infernos que começou no dia anterior... enfim, tentei fazer o que pude para demonstrar o meu certo interesse em trabalhar com ele porque nas entrelinhas as suas palavras me convidavam a sonhar "quem sabe um dia eu não posso ser doutoranda dele!"</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Último de aula, segunda-feira, dia 06 de julho. O professor mais jovem e sociável que tivemos na UB convidou a gente pra jantar depois da aula, que terminava às 21h. Fomos todos pra um bar de tapas contentes pela experiência riquíssima que tivemos ao conhecê-lo e intensamente aliviados por ter sido o nosso último dia de aula do semestre passado. Conversa vai, conversa vem, o professor estava fazendo marketing do doutorado nos Estados Unidos pra todos os alunos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por algum motivo eu virei pro professor e perguntei: Quantos alunos de doutorado você tem? Aí ele disse que tinha apenas 2 porque eles se escrevem todos os dias, almoçam juntos alguns dias da semana, conversam sobre a tese durante o almoço... well, aquele papo de professor workaholic para os pessimistas e com dedicação exclusiva para os otimistas. Daí, eu continuei perguntando (não tenho a menor ideia do porquê eu perguntei isso, mas eu acho que era porque meu anjo da guarda estava por perto): Professor, e quantos anos os seus alunos têm? Um tem 23 e acho que o outro, 24. Noooossa, exclamei, como são novos! E então, o chinês-norte-americano comentou:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"I don't have PhD students older than that. And I don't receive PhD students from other Universities too. It's easier to train them if they finish their Bachelor's degree and then make Master and PhD with me. Students like you, who studied in Brazil, Spain... you learned a LOT of wrog stuff. It would have to spend much more time to teach for students from different Universities".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Alguns milisegundos depois, a nerd impulsiva aqui bateu na mesa com tanta força que o Mateus, marido da Sabrina, gritou: "Suspende o áaaalcool!" O pior é que eu estava longe de estar bêbada. Estava muito consciente do significado que aquelas palavras tinham pra mim e prontamente olhei pro gênio e disse:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"I know why, Professor. It's because for YOU it's much more important the number of publications you have than helping someone to reach a dream". </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ele, então, simplesmente retrucou que pode, quando eu quiser, escrever uma carta de recomendação minha para outro Professor nos EUA. Palavras essas que ratificaram que ele nunca me convidaria pra ser aluna dele. Porque ao terminar um mestrado com 25 anos e tendo passado por outras Universidades, eu estou velha demais e com muitos conhecimentos a serem corrigidos. Nesse momento eu imaginei os alunos dele como os ratinhos de Skinner, treinadinhos da biblioteca pra casa e da casa pra biblioteca! Ah, cómo me gusta la vida en España!!!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Hoje vocês podem ver quanto tempo eu levei pra decidir contar esse episódio. Apesar do tempo que passou, vocês também podem sentir o quanto eu ainda estou abalada por ter escutado uma barbaridade dessas. O mesmo cara que me fez sonhar com um futuro doutorado foi o mesmo que em questão de segundos me deixou sem a menor motivação pra tentá-lo, pelo menos em breve... Mas a decisão de expressar essa história publicamente e a segurança que sinto em não fazer questão desta oportunidade me esclareceram algumas características minhas que ninguém será capaz de retirar: o meu senso crítico, os meus valores e a minha vontade de expressá-los.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não me lembro de ter comentado este fato com muitas pessoas, mas eu recebi um comentário de uma pessoa pra lá de especial que eu nunca vou esquecer:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Filha, esse chinês-norte-americano pode ser o que você quiser: um excelente professor, um renomado pesquisador, um crânio, um gênio! Mas psicólogo, filha, ele não é".</div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-32594061707918641132009-09-03T16:45:00.012+02:002009-09-11T01:50:58.591+02:00Fechando gestalts... amando de diversas formas.<div style="text-align: justify;">Foi no dia 03 de setembro de 2008 que saí de Brasília para realizar um sonho. Na verdade, eram vários sonhos de uma só vez: conhecer várias cidades, conhecer pessoas de diferentes cidades. E não era um conhecer qualquer, um passeio turístico, uma vista a zoológico. Era pra entrar em contato, pra sentir a cultura, o jeito de andar, de falar, de se relacionar. E, nesse monte de sonhos, estava um outro sonho que representaria o meio pelo qual eu pudesse alcançar os demais: realizar um mestrado em Psicologia. E desses sonhos todos, havia um maior: me auto-conhecer. Poder entrar em contato com pessoas e lugares diferentes me faria descobrir, apesar de sempre estarmos nos auto-descobrindo, como eu me relaciono com as pessoas, o que eu realmente quero fazer pra obter meu ganha-pão e pra sentir prazer (e como concilicar as duas coisas), por qual causa quer lutar, em qual cidade gostaria de viver e, quem sabe, construir um novo ciclo. Enfim, uma infinidade de coisas pra descobrir, viver e contar... </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Hoje, no dia 03 de setembro de 2009, encontro-me de malas prontas de novo. Desta vez, saio de Coimbra e volto a Barcelona para recomeçar. Neste ano que passou, morei em Coimbra e em Barcelona. Conheci Lisboa, Porto, Guimarães, Fiqueira da Foz, Conímbriga, Buçaco, Leiria, Faro, Santiago de Compostela, Valência, ilha de Mallorca, Sevilha, Córdoba e Granada. Passei três semanas na minha querida Brasília e agora estou em Coimbra para resolver questões burocráticas e, claro, rever pessoas: sempre o melhor objetivo de grande parte das minhas viagens. Em julho e agosto, meu blog ficou meio parado, é verdade. Rabisquei muito, não postei nada e mais, apaguei posts. Meus últimos dois meses foram intensos em diversos âmbitos da minha vida e cruciais para: fechar gestalts! Para Frederick Perls, fundador da Gestalt Terapia, fechar a gestalt significa tentar harmonizar o campo perceptivo, se interessar não apenas pela figura, mas reparar no fundo também. Na clínica, o termo assume um sentido mais complicado. Para o senso comum, o termo passou a significar chegar a uma conclusão, finalizar uma percepção, terminar um ciclo. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Hoje, chega ao fim um ano de mestrado e caminho em direção ao último. Essa etapa pode estar em chegando ao fim, mas os sonhos... ahhh esses só aumentam! E agora, faltando algumas horas para partir de Coimbra e recomeçar em Barcelona, compartilho com vocês, leitores, uma conclusão que me marcou fortemente após o término deste ciclo: estou aprendendo a amar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Meus meses em Coimbra e em Barça e minha passagem por Brasília me fazem sentir que entrei em contato com diferentes formas das pessoas cuidarem de mim, gostarem de mim e me amarem e eu também cuido, gosto e amo de formas diferentes. Sinto que ao longo desse ano, experenciei diversas formas de amar em todos os papéis: como filha, amiga, subrinha, prima, irmã adotada, ex-namorada... Mais que aprendi, senti na pele que há diversas formas de se expressar o amor e que é preciso respeitá-los. Tem gente que verbaliza frequentemente, gosta de presentar. Tem aqueles que olham nos olhos sem piscar, outros evitam o olhar. Há quem goste de fazer surpresa, outros enviam um recado com palavras inesquecíveis ou há ainda aqueles que parecem ter medo de abraçar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com papai e mamãe, aprendi a expressar melhor o meu amor por eles, apesar de sempre achar que posso fazê-lo mais e melhor. A distância e a consequente imensa saudade nos fazem não apenas dar mais valor a esse amor, mas a valorizá-lo mais constantemente. Ver de forma clara tudo que fazem por mim, o quanto lutaram pra me ver aqui e como se esforçam para que saibamos lidar melhor com as saudades demonstra que o silêncio deles denota uma preocupação com o meu enfrentamento a esse turbilhão de desafios e, o não-dito um dia será por mim percebido... como agora. Não deixa de ser: uma forma de amar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O fato deles me deixarem ir e reconhecerem a importância de que eu passe tanto tempo com eles como com os meus amigos quando estive em Brasília me mostra que não é fácil cuidar sem controlar, mas que eles saibem muito bem a diferença. Digo muito mais "te amo" que antes e eles também, porém percebi que antes dava muito mais valor ao ouvir esta expressão e hoje valorizo muito mais as pequenas ações do dia-a-dia, que antes nem sequer dava importância... como o meu pai cuidando da minha documentação do master e me levando pra conhecer lugares novos em Brasília ou a minha mãe me ajudando com a análise dos dados da minha pesquisa e fazendo meu café-da-manhã durante esses vinte dias...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Senti também que é possível amar alguém mesmo reconhecendo que o melhor a se fazer agora é se afastar. Amei e amo pessoas com quem estive em pouco contato ao longo desse ano e, juntos, quando nos reencontramos, continuamos a reconhecer que o melhor é seguir em frente, conhecer outras pessoas e amar outras pessoas. Tão paradoxal quanto verdadeiro. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além disso, quando terminamos um ciclo como a graduação, parece que ficaram milhares de amigos, mas depois de menos de um ano vemos quem verdadeiramente ficou, quem buscou, procurou, se fez presente. Quem são aqueles que me sinto à vontade pra contar o que vivi e senti nesses meses mesmo tendod ficado distante por longos meses e quem são aqueles capazes de reparar em que eu mudei e dividiram isso comigo. As pessoas que me criticam, seja para dizer o bem ou para dizer o que eu fiz de mal, esses sim se preocupam comigo. E se for dito com jeitinho, aí surge a certeza: "Esse aí, é meu amigo!"</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como diz uma música da India Aire, a qual adoro cantar: "The only thing constant in the world is change". E como relembram Bidê ou Balde, música que marcou minha chegada na Europa: "Há sempre amor mesmo que mude". Felizmente, um ano passa, gestalts se fecham, cidades de transformam, mas os verdadeiros amores... ahhh eles ficam pra sempre latentes dentro da gente, independente de haver muito ou pouco contato. E foi na visita a cidade onde comecei a sonhar - Brasília - que reconheci que mudei muito, que as pessoas que amo têm mudado também e que estamos todos nos movimentando e nos amando, das mais variadas formas! Quem viver, sentirá e verá!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Ela vai mudar</div><div style="text-align: justify;">Vai gostar de coisas que ele nunca imaginou</div><div style="text-align: justify;">Vai ficar feliz de ver que ele também mudou</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É sempre amor mesmo que acabe</div><div style="text-align: justify;">Com ela aonde quer que esteja</div><div style="text-align: justify;">É sempre amor, mesmo que mude</div><div style="text-align: justify;">É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou"</div><div style="text-align: justify;">(Bidê ou balde - Mesmo que mude)</div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-66570277084203136792009-06-30T23:21:00.009+02:002009-07-02T00:02:31.987+02:00Valencia con cariño<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SkvFeqLfOfI/AAAAAAAANbg/UWG-AUZ7IO8/s1600-h/DSC00444.JPG"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SkvFeqLfOfI/AAAAAAAANbg/UWG-AUZ7IO8/s400/DSC00444.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5353589712569186802" border="0" /></a><span style="font-style: italic;">Fundada por los romanos a orillas del Turia, Valencia exige una visita a fondo. Esta cuidad puramente mediterránea es hospitalaria, abierta, vitalista y dinámica. Conserva un importantísimo patrimonio histórico-artístico y posee igualmente un amplio calendario de fiestas. Pero Valencia apuesta firmemente por su futuro, como lo demuestra la pujanza de su puerto, la modernización de su urbanismo y la vanguardista ciudad de las Artes y las Ciencias.</span> <div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;">Situada al sudeste de Valencia, la ciudad de las Artes y las Ciencias es un espacio abierto a la cultura, el ocio y la divulgación científica. De diseño ultramoderno, rozando a futurista, el gran parque que ha situado a la capital levantina en el centro de todas las vanguardias arquitectónicas estás compuesto por cuatro edificios: el Museo de las Ciencias Principe Felipe, L'Hemisféric, el Palau de les Arts, el Palau de les Arts y L'Oceonagrafic y L'Umbracle </span><span style="font-style: italic;">(vide España de punta a punta - guia que eu peguei emprestado na biblioteca de Gracia)</span><span style="font-style: italic;"><span style="font-style: italic;">.</span></span><br /><span><br />Desde que eu li no site do Erasmus que a Universidade de Valência era uma das Universidades conveniadas, fiquei a me perguntar: mas o quê que essa cidade tem? Como muitos sonham morar em Paris ou Barcelona, imagino que muita gente não solicitou Valência como uma das cidades pra morar simplesmente porque não sabe responder a essa pergunta. E apesar da minha visita ter sido apenas de sexta a domingo, com muitas análises estatísticas no meio, eu não vi quase nada da cidade, mas do que eu pude reparar, fiquei encantada. A cidade não tem muita gente. E notar isso representa um aspecto muito positivo pra mim hoje. Iniciando meu quarto mês em Barcelona, posso afirmar que morar em uma cidade que ferve de gente é ótimo! Mas cansa. Ademais, Valência tem a parte antiga da cidade preservada e uma parte moderna repleta de azul e verde, crianças brincando e famílias praticando esportes. As obras do arquiteto Santiago Calatrava são de cair o queixo (vide foto ali em cima). Museu, oceanário e cinema em 3D para crianças e adultos são algumas das atrações que elas acolhem. Além do que, Valência é muuuuito mais barata que Barcelona. Olha, em poucas palavras: eu me vi morando nessa cidade.<br /><br />Como diz o meu amigo ensolarado, a sorte acontece quando a oportunidade se une ao preparo Dessa vez, minha sorte de conhecer Valência se uniu a oportunidade que a minha professora e amiga, Kátia Puente-Palacios, me fez (me enviou um e-mail qndo leu meu post "Luto" e me fez o convite para que eu a visitasse, não é um amor de pessoa? =) ao despreparo com as análises estatísticas da minha dissertação de mestrado. Não que elas sejam difíceis, mas eu realmente precisava de mais segurança pra terminar essas benditas. Além do que, um colo sempre cai bem vai... ;)<br /><br />Kátia, foi tão bom rever você! Conversar, me abrir, chorar, sorrir. Foi ótimo reaprender algumas coisas - porque com exceção prato de camarão e salmão, as demais você já me tinha me ensinado. E foi especialmente maravilhoso conhecer outra Kátia, além da excelente professora que explica estatística brincando: uma mulher prática e ao mesmo tempo cuidadosa, com a casa, com o marido, comigo! É em mulheres como você que eu me inspiro para alcançar meus sonhos.<br /><br /></span><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SkvXFrzxYGI/AAAAAAAANbw/wwRM8Ex3GPM/s1600-h/Foto_blog.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 205px;" src="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SkvXFrzxYGI/AAAAAAAANbw/wwRM8Ex3GPM/s400/Foto_blog.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5353609074719154274" border="0" /></a>Kátia e eu: atualizamos as novas enquanto admirávamos as obras do Calatrava! =)<br /></div></div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-63049858827458992622009-06-22T23:48:00.005+02:002009-06-23T08:07:34.584+02:00Barcelona hasta 2010!<div style="text-align: justify;">"Temos rotas a seguir<br />podemos ir daqui pro mundo<br />mas quero ficar porque<br />quero mergulhar mais fundo.<br />Foi o seu olhar<br />o que me encantou<br />Quero um pouco mais<br />desse seu amor" (Seu olhar, Seu Jorge)<br /><br />Teoricamente, o período na Universidade de acolhimento dura um semestre. Logo, os 34 alunos europeus e não europeus que estiveram morando e estudando em outra cidade do consórcio, voltam para aquela onde começaram os estudos. No meu caso, voltaria a Coimbra. Mas, como Sabrina e eu concordamaos que esses meses não pareciam ser tempo suficiente para olhar e reparar todos os detalhes que ella, Barcelona, tem para esbanjar; e como brasileiro sabe que não custa nada tentar, decidimos solicitar expansão do período de mobilidade.<br /><br />No segundo semestre de 2010, nem todos vão voltar para suas cidades de origem. Hoje, no dia em que oficialmente recebemos o diploma com as disciplinas que cursamos com os professores convidados aqui na UB este semestre (mesmo sabendo que temos aulas e trabalhos pra entregar até o dia 06 de julho), Sabrina e eu também recebemos a boa notícia: teremos mais um semestre para mergulhar mais fundo na cidade escandalosa. Isso significa que semestre que vem teremos aulas e trabalhos pra fazer em espanhol (e não mais em inglês), significa conhecer mais e melhor ares, sabores e costumes espanhóis e significa também aprofundar aquelas relações que mal começamos...<br /><br />Queria poder escrever mais sobre todo o processo, os sentimentos que me acompanharam ao pensar no aceite e na rejeição, as conversas de corredor, as torcidas, as discussões e as lágrimas que vieram antes, durante e depois. Mas, meu relógio marca meia-noite e dozenove e amanhã tenho que estar pronta para fazer uma apresentação às 10h da manhã, a qual ainda não se encontra pronta! Só que não podia deixar esse post pra depois porque apesar do sono, do cansaço e das obrigações, eu adoro dividir meus sonhos alcançados com vocês.<br /><br />Antes de ir, compartilho uma foto que tirei agora há pouco com a coordenadora administrativa do Erasmus na UB, Rocio Meneses, que deu todos os toques para mim e para Sá do que deveríamos fazer para conseguir:<br />- Rocio, creo que te voy dar las gracias por un largo tiempo...<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SkAIGyzzARI/AAAAAAAALy8/Zh9hSMv55U4/s1600-h/DSC00492.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 308px; height: 400px;" src="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SkAIGyzzARI/AAAAAAAALy8/Zh9hSMv55U4/s400/DSC00492.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5350285270127411474" border="0" /></a></div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-10673047757993035162009-06-15T23:39:00.006+02:002009-06-16T15:35:15.467+02:00Manos de Topo<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SjefFFg0PWI/AAAAAAAALyA/SSAhTunA4Bo/s1600-h/Segundo+CD.png"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 400px;" src="http://2.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SjefFFg0PWI/AAAAAAAALyA/SSAhTunA4Bo/s400/Segundo+CD.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5347917992253734242" border="0" /></a>Já que quem canta, seus males espanta... música pra animar, vale?! =)<br /><br />No final de semana passado fui assitir a banda <a href="http://www.myspace.com/manosdetopo">Manos de Topo</a> cujo baterista chama-se Rafael de los Arcos. Este show contou com a participação especial da violonista Sara Pérez. Então, eu não podia perder né? Fui prestigiar o casal de galegos da cidade de Vigo <span style="font-style: italic;">con quién comparto el piso</span> (além da querida Nat, que vocês já conhecem). Então, não deixem de conferir as <a href="http://picasaweb.google.com/juliana.seidl/ManosDeTopo#">fotos do show</a> que aconteceu em uma super casa de espetáculos em Barcelona: <a href="http://www.auditori.com/">L'Auditori. </a>Claro que de longe, com uma máquina fajuta (porque minha antiga quebrou e comprei uma baratinha) e uma fotógrafa que só tem vontade de ser boa um dia, as fotos não ficaram boas. Mas, para não ser viagem perdida, também coloquei as fotos do gato <span style="font-style: italic;">guapíssssimo </span>que adora me fazer companhia quando estou estudando. ;)<br /><br />Sobre a banda do Rafa, teve um dia que cheguei em casa e a Nat e a Sara estavam na sala lendo o jornal juntas, concentradas. Claro que eu fiquei curiosa e perguntei, "k se pasa, chicas? k están leyendo aíii?" (sintam meu tom coloquial já adicionada até a forma de escrever! jajajaja =) E a Sara me contou que a banda do Rafa tinha saído na capa da sessão cultura do jornal <a href="http://www.elmundo.es/elmundo/2009/04/22/barcelona/1240417679.html">El Mundo</a> descrita como uma das novas tendências da música pop espanhola. Esses dias eles também saíram no jornal <a href="http://www.publico.es/culturas/061347/manosdetopo#comentarios">Público</a>. Ou seja, não é por nada não, mas aqui em Barcelona, Manos de Topo é uma big band! E o sucesso está só começando... eles acabaram de lançar o segundo CD, que se chama: <span style="font-style: italic;">El primero era mejor. </span>A banda é mesmo muito boa, as letras falam de <span style="font-style: italic;">desilusión amorosa</span> num tom de brincadeira, <span style="font-style: italic;">o mejor, de broma</span>. E, o que no início pode soar estranho ou até... desagradável, torna-se o diferencial da banda: a voz do vocalista. Achei que não iria me acostumar, mas agora que virei fã da banda... tô curtindo os clips! =D Aliás, confiram os excelentes clips de <a href="http://www.youtube.com/watch?v=5n-C8CyCp00">El Cartero</a> y <a href="http://www.youtube.com/watch?v=nzpuK1VzULM">Es feo.</a><br /><br />Aguardo comentários, ok? =)<br /><br /></div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-89891147763280267752009-06-08T09:11:00.012+02:002009-06-28T16:38:30.978+02:00Luto<div style="text-align: justify;">"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre?<br />Sem saber, que o pra sempre sempre acaba..."<br /><br />Depois de um final de maio tão bom, junho chega pra machucar, pra ensinar e pra ficar na história. Já tinha um tempo que eu estava pensando em escrever sobre outra Juliana: aquela que sofre, que perde, que tem medo; e sobre outra Barcelona: aquela que fede, que transborda de gente, que dá medo. Ainda não esqueci deste post, mas devido ao que aconteceu nos últimos dias, outro, tão triste quanto, teve que ocupar o seu lugar.<br /><br />No primeiro dia do mês de junho, soube que a minha xará, cantora, 29 anos, que estava de férias em Brasília com a família, e que é irmã de um amigo do segundo grau (Luís), estava no vôo 447 da Air France, em direção a Alemanha. De fato, há muito tempo não conversava com ele, mas tenho muitas lembranças das conversas que tivemos no ônibus de volta pra casa, bem como memórias dele falando sobre ela: "Você vai se amarrar nas músicas da minha irmã, Juu!!!" E eu me lembro quando comprei o primeiro cd... Neste dia, foi difícil me concentrar, foi difícil dormir, foi difícil saber o que fazer.<br /><br />Então, na terça, depois do almoço, ainda pra baixo, aproveitei pra checar meu e-mail antigo, aquele que a gente esquece de abrir e havia uma curta mensagem de um amigo que se lembrou de me comunicar<span style="font-family:georgia;">: "Bruno Buckvic cumpriu sua missão neste planeta. Abriu o coração de todos a sua volta antes de partir... Que esse amor vibre e transborde dentro de nós! Obrigado, Bruno!"</span><span style=";font-family:georgia;font-size:180%;" ><strong></strong></span> Apesar de otimista, a mensagem me deixou mais perdida, mais triste, mais impotente e com muita vontade de estar perto daqueles que eu sabia que estavam precisando de um forte abraço. Apesar de também não ter tido muito contato com o Bruno após o segundo grau, são muitas as memórias que guardo das conversas com o Mindu (irmão da Ju) e com o Bibi , que "voltavam comigo pra casa" quase todos os dias.<br /><br />Como todas as decisões que enfrentamos ao longo da vida, decidir viver longe da família e dos amigos traz sempre uma porção de dúvidas. Pra mim, sem sombra de dúvida, aquela que mais me amedronta é passar longe de você, amiga, amigo, um momento difícil, seja ele qual for. Engraçado que não me preocupo muito se eu precisar de um colo, se eu ficar doente, se eu partir... mas tenho muito medo disso acontecer com você e eu não puder estar presente. Essa onda de dor, medo e insegurança que o início do mês de junho carregou me despertou uma enorme vontade de dizer pra você: não deixe para daqui a pouco o que você quer fazer agora. Aproveitemos cada dia como se fosse o último. A gente sabe disso, mas é sempre bom relembrar.<br /><br />Como amiga e psicóloga, relembro também aos meus amigos que estão de luto que o sintam na sua plenitude e descubram a forma como preferem experenciá-lo. Engana-se quem crê que aquele que está de luto chora sem parar e precisa estar entre amigos. Alguns sim, mas outros ficam mudos e preferem passar alguns dias longe das pessoas. Como defensora de que a terapia nada mais é que uma entre diversas formas que temos de nos auto-conhecer, sugiro que todos nós procuremos ajuda psicológica para se conhecer e reconhecer de que forma preferimos sentir essa perda e aprender a lidar com ela. Fugir ou evitar o luto não diminuirá a dor e não fará com que esqueçamos o que aconteceu.<br /><br />E como infelizmente qualquer um de nós pode ser alvo de uma tragédia como essa, confesso que eu me imaginei muitas vezes como a Juliana que mora na Europa e foi a Brasília passar uns dias com a família; aliás, é isso que eu farei em agosto próximo, e fiquei com vontade de expressar que, se um dia eu partir antes do esperado, saiba que "voltei pra casa" feliz. E que se não for possível alcançar todos os meus sonhos, assim como a Juliana Aquino e o Bruno Bukvic, alcancei todos os que pude e os vivi intensamente. E não é isso que importa?<br /><br />Envio, por meio desta tela fria, um caloroso abraço a todos aqueles que ficaram tristes com a partida da Juliana, do Bruno ou de qualquer pessoa que se foi e que faz falta... Transmito o meu desejo de que enfrentem esse momento com muita garra e que se permitam o tempo que for necessário para se reerguer. Peço aos meus outros amigos que estão em Brasília que abracem você por mim e compartilho minhas lágrimas como expressão do carinho que sinto por vocês! Por mais cruel, inacreditável e inexplicável que sejam essas tragédias que temos visto pelo mundo, jamais podemos esquecer que "nada vai conseguir mudar o que ficou". Eu acredito nisso...<br /><br /></div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-62167270209114665952009-05-24T23:57:00.010+02:002009-05-26T15:18:09.350+02:00A sumida se achou!Nossa, há quanto tempo não apareço por aqui. Não, não vou vir com a desculpa que é falta de tempo porque quando queremos fazer alguma coisa, fazemos e ponto. Encontramos o tempo que for preciso, priorizamos, custe o que custar! Por isso, saibam que não sumi por mal, ok? E que eu simplesmente nunca me senti tão bem. Sabe quando as coisas começam a fazer sentido? E aquela perda se encaixa em um delicioso encontro? E você se dá conta que não sabia que a vida podia ser ainda melhor?<br /><div style="text-align: justify;"><br />Nao tem jeito. Morar fora, conhecer pessoas de culturas e lugares diferentes, sentir-se só é a melhor forma de conhecer a si mesmo. Meus primeiros meses em Barcelona confirmaram com todas as letras o que eu já sabia: sou transparente como as cachoeiras do cerrado e como os mares de Cadaqués. Não consigo esconder o que penso, nem o que sinto. Só que eu achava que deveria mudar um pouco isso. Com tanta porta na cara nos meses passados, achava que tinha aprendido que estava na hora de guardar e aguardar por certas coisas na vida. Mas aí vem a Espanha e me diz: <span style="font-style: italic;">mira chica, hay un lugar en el mundo en que puede ser usted, como és, como queiras</span>! Pois se a Juliana Fernández estava sumida, na verdade acho que ela nunca havia se conhecido e agora se achou!<br /><br />Em Barcelona, não há regras. Quando perguntei a espanhola que mora comigo assim que cheguei "Então, Sara, como é que funciona o cuidado com a casa, a limpeza e essas coisas?" Ela me respondeu assertiva: "É assim, Juliana, qndo você sentir que está sujo, limpa. Parte do seu bom senso e da sua vontade. Não sou ninguém pra dizer o que você deve fazer ou deixar de fazer e também não impomos regras nem horários, a rotina já nos impõe demasiado deles". Em Barcelona, faz-moda e não existe certo e errado quando o assunto é: como vou cobrir o meu corpo hoje? E até hoje me arrependo de não estar com a máquina fotográfica no dia que vi uma senhora de sapatos roxos, saia laranja, óculos de armação verde e cabelos.. vermelhos! Curtinhos e bem pentados. Charmosa que só ela! Eu nunca tinha visto jaqueta de plástico, vestido de papel, saias estampadas com galinhas que custam 70€ e as jovens se desesperam pra comprar (vide loja Desigual). Eu nunca tinha visto tanta mulher de topless na praia, ou, no terraço da academia de ginástica, por que não?! Em Barcelona, sabe-se aproveitar o dia. Acorda-se por volta das 9h, <span style="font-style: italic;">y despues del desayuno a las 10</span>, a parada pro almoço é das 14 às 16h. E a parada é assunto sério. Confesso que nunca vi ninguém dormindo em cima das mesas, mas com exceção dos restaurantes e de algumas farmácias, todo o resto, eu disse, todo o resto.. fecha! E aos domingos, nem os restaurantes salvam (alguns abrem). Então, há gente que diz: "God, bless the chinese!" porque são os únicos que abrem suas <span style="font-style: italic;">tiendas </span><span>no primeiro dia da semana</span>. Quem não se programou pra fazer compras nos outros dias, vai ter que pagar mais caro no mercadinho do chinês da esquina (ou no paquistanês).<br /><br />Olha, então, se eu demorar pra postar de novo, é porque devo estar na internet a procura de bolsas para o doutorado. Ou estou escrevendo minha dissertação de mestrado, Ou tô ali fazendo yoga aqui na academia ao lado. Mas posso estar também no Cine Verdi, no bar do teatro (Teatreneu), na exposição do Sorolla (virei fã e ganhei 3 pôsters! =), ou assistindo o jogo do Barça (quarta agora? a galera já marcou o bar a partir das 19:30). Pode ser também que esteja recebendo visitas ou acertando os planos das viagens para julho. Na verdade, é muito provável que esteja fazendo tudo isso junto com gosto de Colômbia, <span style="font-style: italic;">y con mucho gusto</span>, diga-se de passagem (?!) ou então estou descansando pelas praias da Catalunya... como eu fiz hoje o dia inteiro...<br /><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/ShnVLFHHLOI/AAAAAAAALh8/B2kDFL35o3g/s1600-h/DSC00108.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/ShnVLFHHLOI/AAAAAAAALh8/B2kDFL35o3g/s400/DSC00108.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5339533219551718626" border="0" /></a><br />Da cor da areia, mas isso é só uma questão de tempo =)<br /></div> </div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-43070802256870445382009-04-16T23:45:00.008+02:002009-05-28T15:04:39.622+02:00Viviendo todos los instantesManhã de terça-feira, estava eu sentada no chão do gabinete da minha orientadora entre <span style="font-style: italic;">un monton</span> de artigos, livros, anais de Congressos, dissertações e teses buscando mais referências para enriquecer a minha revisão da literatura. Até que me surge uma literatura que <span style="font-style: italic;">me encanta</span>!<br /><br />Instantes (Nadine Stair)<br /><br />Si pudiera vivir nuevamente mi vida,<br /><span style="font-weight: bold;">En la próxima trataría de cometer más errores.</span><br /><span style="font-weight: bold;">No intentaría ser tan perfecto, me relajaría más.</span><br />Sería más tonto de lo que he sido, de hecho<br />tomaría muy pocas cosas con seriedad.<br />Sería menos higiénico.<br /><span>Correría más riesgos, haría más viajes, contemplaría<br />más atardeceres, subiría más montañas, nadaría más ríos.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Iría a más lugares adonde nunca he ido, comería</span><br /><span style="font-weight: bold;">más helados y menos habas, tendría más problemas reales y menos imaginarios.</span><br />Yo fui una de esas personas que vivió sensata y prolíficamente<br />cada minuto de su vida; claro que tuve momentos de alegría.<br />Pero si pudiera volver atrás trataría de tener solamente buenos momentos.<br /><span style="font-weight: bold;">Por si no lo saben, de eso está hecha la vida, sólo de momentos;<br />no te pierdas el ahora.</span><br />Yo era uno de esos que nunca iban a ninguna parte sin termómetro,<br />una bolsa de agua caliente, un paraguas y un paracaídas;<br /><span>Si pudiera volver a vivir, viajaría más liviano.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Si pudiera volver a vivir comenzaría a andar descalzo a principios</span><br /><span style="font-weight: bold;">de la primavera y seguiría así hasta concluir el otoño.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Daría más vueltas en calesita, contemplaría más amaneceres</span><br />y jugaría con más niños, si tuviera otra vez la vida por delante.<br />Pero ya tengo 85 años y sé que me estoy muriendo.<br /><br />Decidi que o poema entra na minha dissertação, só que entre os capítulos. Para contrapor os textos escritos com tamanha racionalidade, para levar um pouco de emoção ao meu futuro leitor e para expressar o quanto a iniciante pesquisadora tem aprendido e posto em prática ao ler sobre o processo de envelhecer...<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SeevQAbfCeI/AAAAAAAAK64/VWXZ88Hi_t0/s1600-h/DSC07057.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/SeevQAbfCeI/AAAAAAAAK64/VWXZ88Hi_t0/s400/DSC07057.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5325417773916948962" border="0" /></a>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-77955464034358456252009-04-07T00:59:00.009+02:002009-05-26T15:06:24.537+02:00Feijoada completa<a style="font-family: georgia;" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sdo8ng-w_TI/AAAAAAAAKq4/46nQZgXmyl4/s1600-h/Convite_Feijux.bmp"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 385px; height: 289px;" src="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sdo8ng-w_TI/AAAAAAAAKq4/46nQZgXmyl4/s400/Convite_Feijux.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5321632559257419058" border="0" /></a><meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link style="font-family: georgia;" rel="File-List" href="file:///C:%5CUsers%5CJUJUSO%7E1%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link style="font-family: georgia;" rel="themeData" href="file:///C:%5CUsers%5CJUJUSO%7E1%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link style="font-family: georgia;" 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Mas pra passagem ser completa, tinha que ter feijoada, sol à vista, caipirinha, muito samba e pessoas especiais. Ah mas só? Era um sonho, neles entram tudo, fazer o quê? Entra a cidade nova e os prazeres antigos, não dá pra ser? Bem, na época mesmo não deu não. O Edu, meu amigo português do master, desde já, quando comecei a perguntar sobre casas de samba em Barcelona, me advertiu: “- Ô Ju, mas você acha que a francesa, a canadense e a nossa colega da Moldávia vão gostar de ir pra um samba???” Tá bem, Edu, sei que você odeia samba e concordo contigo que é bom pensar nos convidados quando a heterogeneidade é significativa e muito bem-vinda. No final, o que importa é que comemorei duplamente e estive em contato com as pessoas mais especiais de muito e de pouco tempo.<span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-family: georgia;font-family:georgia;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" lang="PT">Até que, quando eu menos esperava, na semana em que uma almejada viagem havia sido cancelada - por razões não muito bem divulgadas,<span style=""> é verdade - </span>minha amiga brasileira Sabrina me disse que iria rolar feijoada com samba e caipirinha na casa dela no final-de-semana!!! Já me prontifiquei a ajudar no preparo mas a Sá disse: “Ju, fica tranquila que no sábado a gente toma conta do samba. Quem vai pra cozinha dessa vez é o Mateus!”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-family: georgia;font-family:georgia;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" lang="PT">Um pouco atrasadas devido a troca de chaves das visitas que tinha em casa, Liça e eu chegamos por volta das 16h no evento. Espanha, Brasil, França, Canadá e Venezuela representavam a amostra daquela turma que tomava cerveja e conversava sobre esterótipos, papo típico quando a turma é internacional. Depois que passamos pra caipirinha o tema mudou eu não me lembro bem porquê. O assunto da vez era grafologia. Um espanhol amigo do Mateus tinha feito um curso nessa área e começou a explicar que as pessoas que escrevem ocupando mais a parte superior das linhas são mais sonhadoras, vivem no mundo da lua e mais planejam do que concretizam. Já aquelas que dão mais peso às letras abaixo das linhas são tão proativas que mal sabem o que é esperar. </span><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" >Existem ainda os mais comedidos, que encontram um equilíbrio, e ainda aqueles que exageram tanto nas letras acima quanto naquelas abaixo da linha. Eu fiquei discreta, rindo baixinho porque tenho um blog de sonhadora mas as pernas dos meus “J”s e“G”s costumam alcançar 2 ou até 3 linhas láaaa de baixo… Será que isso quer dizer mesmo alguma coisa?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-family: georgia;font-family:georgia;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" lang="PT">A conversa ao longo daquela deliciosa tarde de sábado me fez lembrar não apenas de Feijoada completa. Chico, desculpe, eu sei que estava a criticar a forma passiva como aquele pedreiro levava a vida e eu também discordo, lembra do meu primeiro post do ano? Mas é </span><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" lang="PT"><span style="">que a menina das letras de longas pernas não quer fazer planos nem a curto nem a longo prazo. A cidade escandalosa que não pára tem me ensinado tanto a esperar... E eu ando penseira como nunca... Não sei se é por causa da saudade de esperar o sol, o trem, o carnaval ou o mês que vem...
<br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;font-family:georgia;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" lang="PT"><span style=""><span style="font-family: georgia;font-size:100%;" >O convite a feijux foram preparados pelo Mateus. Ambos ficaram ótimos!</span>
<br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;font-family:georgia;"><span style="font-size:100%;"> </span><span style="font-size:100%;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sd3szJLdtxI/AAAAAAAAKr0/iPm26WjwXMA/s1600-h/DSC06861.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sd3szJLdtxI/AAAAAAAAKr0/iPm26WjwXMA/s400/DSC06861.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5322670698003281682" border="0" /></a></span></p>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-54814208811494330582009-03-27T16:23:00.001+01:002009-04-02T23:29:18.376+02:00Ao invés de Itália, Inglehart<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sczpg8ItyKI/AAAAAAAAKb8/MpP_d7KKoGA/s1600-h/Inglehart_p217.bmp"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 328px;" src="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sczpg8ItyKI/AAAAAAAAKb8/MpP_d7KKoGA/s400/Inglehart_p217.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5317882012125481122" border="0" /></a><blockquote><div style="text-align: justify;">"As one would expect, rising income levels go with rising levels of happiness and life satisfaction. The peoples of rich societies are happier than those of poor societies. The overall correlation is very strong (0.68). But beyond a certain point, the curve levels off. As we move from low-income societies to high-income societies, there is a steep increase in subjective well being. But the impact of rising income stops when we reach the threshold of $10,000. Beyond that point, there is practically no relationship between income and subjective well-being. The Irish are happier than the Germans, although the Germans are twice as wealthy. And the Taiwanese are as happy as the Japanese although the Japanese are three times as wealthy."</div><div style="text-align: right;">(Inglehart, 2000, p. 218)<br /></div></blockquote><div style="text-align: justify;">Acabei de enviar um e-mail a companhia com quem comprei minha passagem Barcelona-Milão ida e volta por apenas 62 Euros e solicitei o cancelamento da viagem para a tão esperada nada santa semana. Well, at least, they already answered that they will refund all taxes back (And I've got very happy that it means 55 euros! =) De ontem pra hoje, ao me debruçar, encantar e revoltar com os resultados encontrados pelo cientista político Ronald Inglehart ao coordenar o <a href="http://www.worldvaluessurvey.com/">World Values Survey</a>, me dei conta de que não vou conseguir terminar os 3 essays solicitados pelo Professor da Tasmânia: Lindsay Nelson (que eu achava que era uma mulher canadense devid a rumores de que teríamos aula com uma professora de lá...) e o assignment sobre o excelente <a href="http://www.marxists.org/archive/marx/works/1845/condition-working-class/">livro do Engels</a> com os detalhes que o Prof. Joseph Bosch requer se eu for curtir sob o sol de Toscana daqui a uma semana...<br /><div style="text-align: justify;"><br />Mas Veneza, Florença, Arezzo, Siena, San Gimignano, Cesena e Bolonha estarão sempre por lá, né? Mais quentinha ainda pra me receber mais à frente? Tânia, Pedro, Ju Giraldo e Lud podem me acolher daqui a alguns meses? =) Então, vou passar a páscoa aqui mesmo com as minhas novas colegas do master, muito chocolate e os escritos do Inglehart, Engels, Garcia Márquez, Florbela Espanca... porque estoy mucho bien así y todavía tengo mucho que descubrir en Barcelona...<br /></div></div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2107073110304777651.post-66572302453937109892009-03-18T18:27:00.007+01:002009-03-19T17:21:48.318+01:00Com o samba vivo a amizade renasce.<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/ScF6xsADz4I/AAAAAAAAJ2c/9bA7VoxqEB4/s1600-h/Samba_Barrac%C3%A3o1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 273px;" src="http://1.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/ScF6xsADz4I/AAAAAAAAJ2c/9bA7VoxqEB4/s400/Samba_Barrac%C3%A3o1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5314664029317484418" border="0" /></a>Noite de sexta-feira em Brasília. Dia 16 de Maio de 2008, 23:30. Dia de Barracão do Samba no Clube da Imprensa. Eu, Janita, Ju, Pri, Dri e Tati (nesta foto tá faltando a Cat- organizadora do evento!) - as meninas da psico, delirando e sambando à beça. Nunca gostei muito de cerveja. Então, ia pedir mesmo uma dose de cachaça. Estava na fila e vi uma loira e uma morena dançando com gosto. Se abraçavam, cantavam e quase caíam uma em cima da outra. Achei o máximo a empolgação das duas e ao ver mais de perto...<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"- Manuuuuuu!!!"<br />"- Juuuuuuuuu!!!"<br />E correram para o abraço.<br />A morena era a Manu. Manu é amiga da Fernanda e a Fernanda morou comigo em Montréal em 2005. Depois que as aulas terminaram, eu e Fezita (como gosto de chamá-la), decidimos partir do Canadá pro lado de lá. Íamos realizar um sonho: conhecer a Europa. Então fomos de mochila: eu, a Fê, o irmão da Fê, a prima da Fê, a amiga da Fê (a morena Manu) e o namorado da Manu. A viagem foi em 2005 e nesses 3 anos elas não haviam se encontrado muitas vezes.<br /><br />"- Nooossaaa, quanto tempo Manu, como vc tá?"<br />"- Tô bem Juuu! Depois de uma temporada em Londres e em Estocolmo, agora vou me mudar pra Sampa!" (Essa galera de REL é de dar inveja, né?! =)<br /><br />Papo vai e papo vem, a loira que estava abraçando a Manu se aproxima e eu acho que conheço aquele rosto de algum lugar... Então a loira olha pra mim e diz:<br />"- Juuuuuuuuu!!! Lembra de miiiim? Nós estudamos juntas no Projeção! Sou a Aline, irmã da Talita!"<br />Um espiral de imagens surgiu ao redor da minha cabeça e, então, me recordei que entre os tempos de INDI e Sigma, passei 2 anos no Projeção, uma escola onde estudava a minha prima e a minha tia era professora de Educação Artística. Lá eu tinha uma companheira dentro e fora da escola, a Talita. Nós morávamos perto (403 e 405 norte - ô saudadeee!!!) e costumávamos brincar uma na casa da outra. Por algum motivo que desconheço (coisa de criança?), nos afastamos e, depois que mudei de colégio, nunca mais nos falamos.<br /><br />"- Nossa, que saudade de vocês duas!!! Nunca mais encontrei a Talita. O que você me conta de novo dos últimos 10 anos?" - brinquei.<br />"- Vou passar uma temporada em Buenos Aires e a Talita vai fazer mestrado em Barcelona!"<br /><br />A noite foi regada a Cartola, cantoria, cachaça, conversas e cachorro-quente, pra dar conta de chegar em casa. Aline e eu combinamos de nos encontrar no orkut (aliás, pra que mais serve isso?) e foi assim que eu, Aline e Talita voltamos a ficar em contato e começamos a trocar as novidades por meio do mundo virtual. Queríamos nos encontrar, mas a correria pra finalizar a arrumação antes da mudança que cada uma de nós estava enfrentando não ajudava. A surpresa mais comovente e especial da minha formatura foi a presença da Talita. Depois de 13 anos sem nos vermos, a Talita apareceu e eu nem acreditei.<br /><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sb_kBTlEH8I/AAAAAAAAJ2E/6nlevjs-qZI/s1600-h/Cola%C3%A7%C3%A3o_Hyrla,+Bruno,+Fe,+Taci+e+Ta.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 215px;" src="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sb_kBTlEH8I/AAAAAAAAJ2E/6nlevjs-qZI/s400/Cola%C3%A7%C3%A3o_Hyrla,+Bruno,+Fe,+Taci+e+Ta.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5314216796407209922" border="0" /></a></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;">Pessoas especiais pós-colação: Feguxa, Miguxa, Bruno, Talita e Taci.<br /><br /></div>Noite de sexta-feira em Barcelona, dia 06 de Março de 2009, 22:30. Estava em casa, organizando a papelada que consegui resolver ao longo do dia. Os meus amigos do master estavam dançando em El raval e duas colegas colombianas iam ficar em casa vendo filme e me chamaram. Os dois programas eram interessantes e eu ia decidir o que fazer até que... recebi uma mensagem da Talita.<br />"- Ju, estamos tomando vinho aqui perto da sua casa: Carrer Encarnación 38. Vem!!!"<br /><br />O bom de morar em Gracia é que há sempre algo interessante pra fazer por perto e, por isso, todos os planos de sexta à noite podem mudar em questão de segundos. Foi o que aconteceu. Ju entrou no google maps e descobriu que o bar ficava logo ali. Lá foi ela encontrar com a Talita e sua amiga mexicana, Cris. Vinho de 1 € a taça, amiga de infância contando histórias sobre Barcelona e seus habitantes, bar italiano que esqueci o nome, eu arranhando meu portunhol e a Talita me corrigindo (porque eu peço sempre =), ambiente agradável, mexicana sorridente e grupo de jazz de excelentíssima qualidade: <a href="http://www.ivanowjazzgroup.com/">IVANOW</a> jazz group. E a noite não terminou por aí: fomos dançar rock anos 90 no <a href="http://blogs.myspace.com/index.cfm?fuseaction=blog.ListAll&friendId=381143840">Alfa en viu</a>. Foi minha primeira noite marcante em Barcelona. E que venham muitas mais, vale?<br /><br />Ah o samba... ele nos levou ao jazz, ao rock, ao forró, ao restaurante japonês, a alguns cafés , à casa portuguesa, ao pueblo español, à fonte Montjuic com uma explosão de cores, movimentos, música, fotos inacreditáveis e troca de percepções, confidências e aprendizados de uma década.<br /><br />Quando reencontrei a Talita em Brasília, não sabia que iria morar em Barcelona. Quando cheguei em Barcelona, não sabia que a minha rua ficava a 5 minutos da rua dela. E eu acho que você, Talitinha, não sabe que a sua companhia nos meus primeiros dias em Barcelona foi o melhor presente que eu poderia receber. Superou os sonhos das minhas últimas noites em Portugal, ultrapassou as expectativas que tinha sobre a cidade e confirmou o valor de uma amizade e a capacidade que temos de guardar dentro da nossa memória a emoção de fazer nosso primeiro ovo frito: aos 10 anos de idade! Esse, com certeza, foi estrelado! =)<br /><br />Pode deixar, Tá, não vou esquecer: "Em Barcelona, um dia nunca é igual ao outro!"<br />E não tem sido mesmo...<br /><div style="text-align: center;"><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sb_mybq0RHI/AAAAAAAAJ2M/GAA2noQ2VeI/s1600-h/Talita+mira.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 233px;" src="http://3.bp.blogspot.com/__SKnYhkovAE/Sb_mybq0RHI/AAAAAAAAJ2M/GAA2noQ2VeI/s400/Talita+mira.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5314219839415665778" border="0" /></a>Talita fotografa no Pueblo Español (ela é boa nisso! =)<br /></div></div></div>Juliana Seidlhttp://www.blogger.com/profile/01430423007735424959noreply@blogger.com4